Primeira na fila do Kiss organiza lista para evitar ação de penetras
Na quarta-feira (14), a paulistana Cherry Love, 22 anos, pegou sua recém-comprada barraca de camping para cinco pessoas, acenou para um ônibus e se dirigiu à Arena Anhembi, em São Paulo. O motivo para o acampamento em um local tão diferente: garantir um espaço bem de frente para o palco do Kiss, que se apresenta na capital paulista neste sábado (17), às 21h30, com transmissão ao vivo do Terra. Mas a jovem estudante de design e fotografia não era a única disposta a acampar na porta da arena no momento em que a reportagem do Terra esteve por ali, por volta das 18h desta sexta. Ao longo de mais de 50 m, barracas e mais barracas se amontoavam na calçada da rua Professor Milton Rodrigues, reunindo dezenas de fãs ansiosos pelo show do quarteto.
No entanto, à medida em que as horas se passavam, pessoas antes não presentes no local começavam a se infiltrar em grupos de amigos, motivo de preocupação para Bianca, que pretende ficar na grade durante a apresentação. "Por isso fiz uma lista que tem mais de 40 nomes para evitar os penetras de darem uma de espertinhos. Na hora em que os portões se abrirem, saberemos exatamente a ordem de quem pode entrar com a gente e de quem não pode", explicou, citando o caso de uma garota que havia acabado de chegar e tentava se tornar uma integrante do grupo de "privilegiados", entrando na arena com o namorado. "Eles tinham terminado e acabaram de reatar. Mas não importa. Não vamos deixar furar, não. Montei esse grupo no Facebook há um mês e quem quisesse um lugar na grade teria que ao menos fazer um esforço para isso. Se tentar furar, vai ter soco."
Para conseguir garantir o espaço próximo ao palco, no entanto, é necessária uma confiança em pessoas que muitas vezes não se conhecem. Isso porque a maioria dos fãs acampados no local tem revezado suas barracas com amigos e colegas, para, assim, poder deixar o local ao menos por algumas horas ao longo da "maratona" de espera que antecede o show. "A lista é a base. Ainda assim, espero que não me sacaneiem", brincou Bianca. "E esse negócio de acampar também não é exatamente uma novidade para mim. Em 2009, quando o Kiss veio para São Paulo pela última vez, fiz o mesmo, só que fiquei só um dia só na fila, porque, como tinha pista VIP, a concorrência de fãs era menor."
Matando tempo
Em frente à disputada barraca da jovem, um grupo de amigos se distraía do modo mais indicado possível em uma situação como a que enfrentavam: conversando. Rogério Micheli, 27 anos, Wellington Elias, 22, e Arlan Rilton, 21, discutiam sobre o muitas vezes excessivo uso comercial do nome Kiss nos mais diversos produtos - como camisinhas, histórias em quadrinhos e até caixões. "O mais ridículo que eles já fizeram foi o papel higiênico. Ser enterrado no caixão do Kiss ainda vai, por mais caro que o objeto seja, mas limpar a bunda com a língua do Gene não dá", opinou Micheli, professor de desenho.
"Realmente, 80% dos produtos de merchandising deles são horríveis. Por exemplo, os chocolates. Mas tem coisas legais, como os quadrinhos", opinou Elias, enquanto uma turma de quatro amigos passava o tempo jogando futebol em um espaço mais aberto da rua.
Rilton, por sua vez, tem uma opinião diferente. Estudante de sistemas de informação, ele é daqueles que não vê motivos para não colecionar o máximo de produtos possíveis do quarteto, com investimentos de centenas de reais nos últimos anos em vinis, livros e bonecos patenteados com a marca da banda. No entanto, devido à imensa variedade de produtos lançados anualmente pelo Kiss, Rilton optou por, quando possível, customizar seus próprios adereços. "Personalizei a bota que estou usando e a minha jaqueta aqui é uma réplica que eu mesmo fiz de uma que (o guitarrista/vocalista) Paul Stanley presenteou (o baterista) Peter Criss em uma convenção do Kiss em 1995. A gente improvisa", explicou o jovem, que sonha com uma futura tatuagem do álbum Destroyer, de 1976, cravada um dia em suas costas.
Terra Live Music
O projeto anual Live Music Rocks é realizada em parceria entre Terra e XYZ Live e traz ao Brasil nomes importantes do cenário da música internacional. Já recebeu em 2012 Morrissey, Noel Gallagher, Maroon 5, Evanescence e Robert Plant.
Já a plataforma Terra Live Music, que engloba todos os shows transmitidos ao vivo pelo Terra, no último ano trouxe de graça via web apresentações de artistas como Paul McCartney, que atraiu audiência de 1,5 milhões de pessoas em toda a América Latina. Este sucesso de público também aconteceu nas transmissões ao vivo dos shows de U2 e Kasabian, que literalmente encerrou as transmissões de shows ao vivo em 2011, com apresentação, direto de Londres, em 31 de dezembro.
O projeto também inclui a realização de um programa semanal, todas às quintas-feiras a partir das 16h, com apresentação de Lorena Calabria e participação de internautas. Uma banda convidada faz apresentação direto do estúdio do Terra em São Paulo.