The Sonics faz show único no Brasil: “será um terremoto"
Banda de Washington, considerada responsável pelo surgimento do "rock de garagem", se apresenta pela primeira vez em São Paulo no dia 5
Qualquer que seja a sua geração, é pouquíssimo provável que você nunca tenha escutado um riff de Larry Parypa ou a voz rasgada e visceral de Gerry Roslie. The Witch, Psycho e Cinderella são só alguns dos hits que formam o legado do The Sonics, banda surgida na década de 1960 que influenciou uma geração de guitarras distorcidas e performances enérgicas. Nessa leva, inclua o garage rock, o grunge e o punk. Até hoje, o quinteto de Tacoma, Washington, não havia colocado os pés no Brasil, mas na próxima quinta-feira (5) a banda quebra essa tradição e sobe ao palco do Audio Club, em São Paulo.
Todos na faixa dos 70 anos, Gerry Roslie (voz e teclado), Rob Lind (sax, harpa e voz), Larry Parypa (guitarra e voz), Dusty Watson (bateria) e Freddie Dennis (baixo e vocal) podem ser considerados veteranos do rock, mas rejeitam o rótulo de "banda retrô". Apesar de serem donos de músicas icônicas e essenciais para o surgimento de grupos como o The Cramps, Flaming Lips e Nirvana, querem manter a mesma potência e energia de antes. A disposição fica evidente com o último lançamento do The Sonics, This Is The Sonics, quinto álbum da carreira, que será lançado ainda em março, 35 anos após seu antecessor.
Trazidos ao país pela grife Levi's, o saxofonista Rob Lind fez, em entrevista ao Terra, uma promessa. "Vamos nos divertir muito em São Paulo, mas já avisamos: segure-se em alguma coisa, porque será um terremoto!" . De início, o "alerta" parece exagero, mas basta assistir a alguns vídeos de shows recentes do grupo para ver que o chão vai tremer de fato na quinta-feira.
Terra - This Is The Sonics é o primeiro álbum de vocês em mais de 40 anos. Como esse trabalho virou realidade depois de tanto tempo?
Rob Lind - Nós percebemos que era algo que tinha sido adiado por muito tempo. Queríamos fazer um disco há um tempo, mas tínhamos medo de que se referissem a nós como uma “banda retrô”, com bons hits, mas antigos. Aí começamos a falar com o Jim Diamond, para que ele produzisse o disco para nós, e ele virou realidade.
Desde 2007 vocês estão juntos novamente como banda. Por que decidiram que isso seria algo permanente?
Ainda queremos estar em turnê porque amamos a estrada! Nosso público é extremamente entusiasmado e adoramos tocar pra ele. Nada disso mudou. Colocamos uma energia tremenda em nossos shows, mas recebemos tudo isso de volta da plateia. Para nós, é como se estivéssemos ligados em uma bateria gigante. E é sempre uma diversão tremenda todas as noites. Acho que enquanto for assim, vamos continuar fazendo.
Vocês foram uma das bandas mais experimentais dos anos 60 e, consequentemente, da história do rock. Como é ser inventivo após tantos anos?
Ainda é incrível! Como sempre foi. Ainda é mais divertido do que deveria ser por lei, e essa é uma das maiores razões por continuarmos viajando e tocando. É ótimo se divertir tanto e não ser preso! A a capacidade de inventar algo novo não diminuiu. Acho que o novo álbum vai provar isso.
Vocês gostam do título de “pais do grunge” e do rock de garagem?
Nunca houve uma intenção consciente de inventar nada disso. Nós tocávamos o que chamávamos de “Sonics Music”. Ou seja, em comparação a todas aquelas bandas mais melódicas , com pegadas de jazz, que nos rodeavam e eram compostas por músicos incrivelmente talentosos, nós estávamos determinados a tocar algo mais pesado, mais rock and roll. Queríamos potência e emoção. Mas ainda amávamos Little Richard e tocávamos várias músicas deles – ainda amo, aliás!
O The Sonics influenciou tantas bandas, então não posso deixar de perguntar: quando vocês começaram a ouvir coisas e pensaram “isso soa um pouco como nós”?
Essa é uma ótima pergunta e eu consigo me lembrar da primeira vez exata em que isso aconteceu. Eu estava no meu carro, ouvindo uma rádio local e o DJ Disse “Agora um lançamento de uma banda nova inglesa”. E o riff de You really Got Me, do Kinks, começou a tocar. Eu quase dirigi para fora da estrada! Pensei: “Meu Deus, esses garotos soam exatamente como nós!”. Imediatamente, eles viraram a nossa banda favorita. Tivemos a sorte de abrir pra eles em uma turnê em 2011, o Ray Davies nos convidou para ir a Londres para fechar suas três datas de shows no The Royal Performing Arts Theater. E o melhor foi que ele subiu no palco e nos apresentou pessoalmente! Nos últimos anos também ficamos muito amigos do The Hives. Eles tocaram conosco em Estocolmo e também fui convidado para tocar com eles em Seattle. Eles são muito próximos do nosso som, com toda aquela energia.
Imagino que entrar no estúdio após tantos anos deva ter sido uma experiência e tanto também. Qual foi a maior diferença que vocês sentiram, comparado aos anos 60?
A maior delas foi a tecnologia incrível que tínhamos a nossa disposição, que não havia naquela época. Lá atrás, se você cometia um erro cantando ou fazendo um solo, tinha que voltar e repetir tudo, às vezes por muitos takes, até que você estivesse exausto, deitado no chão do estúdio (risos).
Como vocês nunca vieram ao Brasil, existe uma expectativa enorme para esse show único. Acha que isso vai ficar evidente para vocês no palco?
Nossa equipe inteira está muito ansiosa para ir ao Brasil pela primeira vez. É realmente ótimo que exista muita expectativa para o nosso show. Como eu disse antes, nós amamos isso e vamos sentir toda a energia de volta, com certeza. Eu gostaria de ter mais tempo para visitar e conhecer melhor a cidade. Gerry e Larry vão arrumar uma turnê e conseguir isso. Eu gosto de encontrar um bom lugar, com cerveja gelada e boa comida, para as pessoas relaxarem e aproveitarem o show. Finalmente, eu gostaria de convidar todos vocês para nos assistirem. Vamos nos divertir muito em São Paulo, mas já avisamos: segure-se em alguma coisa, porque será um terremoto!
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