Tim Maia, o artista que engrandeceu o soul e o funk no Brasil
Como muitos já sabem, o título desta matéria faz alusão ao apelido dado por Jorge Benjor em sua música W/Brasil, ao seu amigo e gigante Sebastião Rodrigues Maia o nosso saudoso Tim Maia.
Carioca da Tijuca nascido em 29 de setembro de 1942, Maia era cantor, compositor, empresário, multi-instrumentista, maestro e grande responsável por tornar o soul, o funk e o R&B mais conhecidos no Brasil.
Com tessitura vocal baixo-barítono, voz grave, potente, e inconfundível, Tim Maia deu seus primeiros passos na música aos 14 anos como percussionista, quando criou o Grupo Os Tijucanos do Ritmo, que duraria apenas 1 ano, mas que serviria de combustível para o trabalho seguinte.
Em 1957, fundou o grupo The Sputniks (nessa época ainda conhecido como Tião Maia), em que um dos membros era seu parceiro e amigo, o Rei Roberto Carlos. Dois anos depois, foi para os EUA conhecer de perto a black music e o soul.
Já de volta ao Brasil em 1970, gravou seu primeiro LP, Tim Maia, que emplacou vários sucessos que dispensam apresentações, como Azul da Cor do Mar, Primavera e Eu amo você. Um ano depois, nos coroou com o hino Não Quero Dinheiro, Só Quero Amar, e outras pérolas como Não Vou Ficar e Preciso Aprender a Ser Só.
Cinco anos mais tarde, Tim se filiou à seita Universo em Desencanto, e lançou a mística Rational Culture.
Ver essa foto no Instagram
Com um gênio forte e uma personalidade marcante regada ao uso de drogas, Tim Maia frequentemente criava polêmicas e atritos com empresários, produtores e gravadoras. Por esse motivo, fundou sua própria gravadora, a Seroma (amores ao contrário), que mais tarde se tornou a conhecida Vitória Régia. Vieram então mais tiros certeiros, como Descobridor dos Sete Mares, Que Beleza, e a clássica Me dê Motivo.
Por nunca ter largado o consumo de álcool e drogas, muitas vezes não comparecia à shows e entrevistas, o que passava a ser um problema para contratantes e produtoras musicais. Sem contar as reclamações constantes nos ensaios por parte de Tim, o que se tornou sua marca registrada. A frase Mais retorno, virou um clássico pedido antes dos shows e até durante as apresentações.
Tim Maia faleceu em 15 de março de 1998, aos 55 anos, mas seus hits seguem atuais como nunca, e sua vida já virou musical, documentário e até filme. Nada mais merecido, para um talento e carisma dessa potência.
Saudades do nosso eterno Síndico do Brasil!