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Tudo o que você precisa saber sobre viradas de bateria

Se você já viu um grande baterista em ação, com certeza ficou surpreso com sua fluidez com as peças do instrumento. Os melhores bateristas sabem aplicar com técnica e bom gosto as viradas de bateria, dando um toque especial às músicas. Para quem está começando, mesclar entre um andamento básico e viradas (principalmente as que […] The post Tudo o que você precisa saber sobre viradas de bateria appeared first on Cifra Club.

12 jan 2022 - 11h03
(atualizado em 19/1/2022 às 12h33)
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Se você já viu um grande baterista em ação, com certeza ficou surpreso com sua fluidez com as peças do instrumento. Os melhores bateristas sabem aplicar com técnica e bom gosto as viradas de bateria, dando um toque especial às músicas.

John Bonham em show do Led Zeppelin
John Bonham em show do Led Zeppelin
Foto: Cifra Club

Para quem está começando, mesclar entre um andamento básico e viradas (principalmente as que usam tons e surdo) é um desafio. Mas, com calma e atenção aos fundamentos, é possível aprender a fazer viradas de bateria de forma bem natural!

Como começar a fazer viradas de bateria?

Se você já ouviu falar neste assunto, mas não tem certeza do que significa exatamente, fique atento a este post. Além de mostrar a definição do conceito, te daremos também dicas de como criar viradas de bateria e mostraremos exemplos de grandes mestres das baquetas. Se liga só:

O que é uma virada de bateria?

Podemos conceituar uma virada como uma alteração no ritmo da música, que serve para introduzir uma nova seção na canção. Normalmente, tocamos a bateria construindo um ritmo com chimbal (ou condução), caixa e bumbo. Quando queremos fazer uma ponte, para ir para um refrão, por exemplo, usamos uma variação de batidas, utilizando as outras peças, como os tons e o surdo.

As viradas são um dos maiores desafios para quem está começando no instrumento. Porém, para perder o medo, basta perceber que elas seguem uma série de regras. O compasso que está sendo tocado é mantido, mas criam-se novas divisões rítmicas para acentuar outros tempos. Portanto, é importante estar atento à contagem do tempo, para não perder a entrada e a marcação do novo compasso.

Como criar viradas de bateria?

Se você já consegue fazer alguns ritmos na bateria, com certeza vai conseguir entrar no mundo das viradas. Lembre-se que, por mais incríveis que algumas viradas possam parecer, todas elas seguem padrões rítmicos que fazem sentido dentro da música.

A função da virada é levar a canção para uma nova direção, dar mais intensidade para um refrão, ou tirar o peso para voltar para um verso. Portanto, mais vale uma virada simples que mantenha o andamento correto da música do que um improviso sem pé nem cabeça que vá fazer os outros músicos da banda se perderem.

Vamos começar de uma maneira bem simples. Primeiro, vale relembrar como se faz a notação da bateria numa partitura:

Em um compasso 4/4, um ritmo muito comum de ser usado é com o bumbo nos tempos 1 e 3 e a caixa nos tempos 2 e 4. A virada mais simples que podemos fazer é bater cada peça em um tempo (semínima), usando caixa, tom 1, tom 2 e surdo. Veja:

Essa virada pode parecer bem simples (e é!), mas serve para entendermos a lógica. Agora que sabemos usar as outras peças da bateria para manter o ritmo, vamos fazer novas divisões no tempo.

No exemplo 2, utilizamos duas batidas por tempo (colcheia) em cada peça, passando pela caixa, tom 1, tom 2 e surdo. No exemplo 3, seguiremos o mesmo caminho, mas com 4 batidas por peça (semicolcheia).

Assista ao vídeo abaixo para compreender melhor na prática:

Explore a criatividade

Depois de você se familiarizar com estas divisões, pode ir aprimorando batidas para criar novos ritmos, como nos próximos exemplos:

Repare que, no exemplo 4, fizemos o ritmo apenas na caixa. No exemplo 5, repetimos o ritmo, mas misturando com tons e surdo. Apenas com as variações nesta divisão rítmica as opções de viradas já são muitas. Por isso, explore, pratique, descubra as opções que você mais gostou e as insira no seu repertório.

Outra opção bem bacana é usar as tercinas (três notas por tempo). Isso gera uma sonoridade diferente e chama bastante atenção:

Com o tempo, você vai perceber que pode inserir cada novo rudimento que aprender nas suas viradas de bateria. Cada vez mais você vai ter fluidez e independência para misturar as peças e usar até mesmo o bumbo junto das viradas. Aliás, misturar bumbo e sextinas (seis notas por tempo) é uma das características das viradas de Gospel Chops, que estão super na moda.

Saiba mais sobre Gospel Chops com o vídeo a seguir!

As viradas de bateria mais matadoras

Agora que você já tem uma noção de como começar a fazer viradas de bateria, a dica é prestar atenção nos seus ídolos e em bateristas consagrados de diferentes estilos. Ouça com atenção e perceba como eles fazem a transição entre ritmos e viradas. Sempre que conseguir copiar uma delas, dê a sua assinatura e acrescente ao seu repertório.

A seguir, confira algumas das viradas de bateria mais matadoras!

Phil Collins — In The Air Tonight

Essa é uma das viradas de bateria mais conhecidas da música mundial. A forte marcação de Phill Collins serve como entrada para o instrumento na música (5:30 min do vídeo abaixo) e é repetida ao longo do restante da faixa. Ela nem é das mais complexas, mas chama a atenção pela execução e pelo timbre dos tambores. Pra completar, é feita enquanto o artista está cantando.

Neil Peart — Tom Sawyer

Tom Sawyer é uma das músicas que fazem com que Neil Peart seja lembrado como um dos principais bateristas da história. Na clássica canção, o músico do Rush usa uma série de pausas para realizar seguidas viradas, dando a impressão de um pequeno solo de bateria no meio da canção. Para deixar a coisa um pouco mais impressionante, o trecho é tocado num compasso de 7/8. Aproveite a aula super completa do nosso professor João de Paula para aprender!

Tré Cool — Basket Case

Aqui, Basket Case chama a atenção pela virada que introduz a bateria na música. Tré Cool usa uma combinação de pratos e batidas rápidas na caixa para mostrar que não veio para brincar. Outra virada bastante interessante é a que acontece pouco tempo depois da primeira, quando a bateria volta da parada inicial. Trata-se de uma combinação de caixa, surdo e bumbo muito bacana de observar. Confira em mais uma aula do excelente João de Paula:

John Bonham — Rock and Roll

John Bonham foi um baterista virtuosíssimo. Apesar de diversas músicas do Led Zeppelin terem viradas incríveis, separamos Rock and Roll por ter uma pegada especial. Logo na introdução, assim como em outros trechos no decorrer da canção, o baterista usa uma combinação incomum de caixa e chimbal para criar uma virada marcante. Destaque também para o solo de bateria (obviamente, repleto de viradas) que acontece no final da música.

Ringo Starr — Come Together

Ringo Starr é um baterista que causa bastante discussão. Mas, independentemente de louvar sua genialidade ou achar que ele nem toca tanto assim, é inegável sua importância para os Beatles. Isso fica claro quando analisamos a linha de Come Together, resumida em uma virada com os tambores que se repete frequentemente, virando quase um verso da música.

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