Vítima da covid-19, Aldir Blanc morre aos 73 anos
Parceiro de João Bosco em músicas consagradas, compositor estava internado desde o dia 10 de abril
O escritor e compositor Aldir Blanc morreu na madrugada desta segunda-feira (4) no hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Ele deu entrada no dia 10 de abril na Coordenação de Emergência Regional do Leblon com quadro de infecção urinária e pneumonia. A situação evoluiu para um quadro de infecção generalizada, e após uma campanha de amigos e artistas na internet, o compositor conseguiu transferência para a UTI do hospital Pedro Ernesto. Apesar dos primeiros exames de Aldir Blanc descartarem a infecção pelo novo coronavírus, o diagnóstico foi confirmado no dia 23 de abril.
Legado
Nascido em 12 de setembro de 1946 no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, Aldir Blanc ingressou em medicina no ano de 1966. Em 1968, compôs com Sílvio da Silva Júnior "A Noite, A Maré e o Amor", música classificada no "III Festival Internacional da Canção" (TV Globo). Em 1970, abandonaria a medicina de vez para se dedicar à música.
Autor de pérolas como “O Bêbado e a Equilibrista”, tornou-se um dos mais importantes compositores da MPB. Sua parceria com João Bosco rendeu composições como “Bala com Bala”, De Frente Pro Crime” e “Caça à Raposa”. Aldir Blanc também tem parcerias com Ivan Lins, Roberto Menescal, Wagner Tiso, Carlos Lyra e diversos outros artistas.
Com uma carreira de mais de 50 anos na música, teve diversas composições eternizadas na voz de Elis Regina, como “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá” e “O Mestre-Sala dos Mares”.
Aldir Blanc também publicou vários livros ao longo de sua carreira, como “Rua dos Artistas e Arredores” de 1978 e “Porta de Tinturaria” de 1981. Escreveu crônicas para os jornais O Estado de São Paulo, O Dia e O Globo.