Você sabe como usar o metrônomo? Aprenda com 3 exercícios!
O metrônomo está para o músico, assim como o par de tênis está para o maratonista! Reconheço que a comparação é meio surreal, mas veja bem: estou falando da ferramenta que, simplesmente, nos ajuda a manter os ritmos regulares sempre que formos estudar música.
De quebra, trata-se do nosso melhor amigo na hora que fazer nossas interpretações acerca das arquiteturas dos arranjos musicais. Além do mais, ele é fundamental nas gravações e ensaios com uma banda, pois, nos ajuda a manter um tempo padrão, ou seja, um pulso regular ao longo de toda a composição ou uma de suas seções.
Muita gente, principalmente quem tá começando a tocar, enxerga o metrônomo como tabu. Culpa disso é dos boatos sobre a complexidade em torno do uso desse recurso tão importante. No post de hoje, você vai conferir três exercícios fundamentais para ter essa ferramenta na ponta dos dedos.
Importante: antes de partir para os treinos, recomendo que você tenha um metrônomo por perto. O Cifra Club desenvolveu um metrônomo digital 100% prático, intuitivo e útil. Disponível para Android e iOS, esse brinquedinho conta com um layout focado na usabilidade e tem, inclusive, uma indicação visual para você acompanhar as batidas.
1. Treine numa velocidade leve e faça exercícios simples
O primeiro passo é começar com um fundamento mais simples. Para isso, coloque o metrônomo num andamento entre 60 a 80 BPM. Na sequência, execute exercícios simples de Digitação Psicoténica, que são aqueles que a gente faz para conseguir a independência dos dedos da mão esquerda. Lembrou? Sim, tô falando das famosas sequências 1 2 3 4, por exemplo. Conforme for aquecendo e adquirindo segurança, passe para outros exercícios mais difíceis. A seguir, a tabelinha completa com a sequência de movimentos.
Lembrando que você deve percorrer por todo o braço do instrumento, bem como deve passear por todas as cordas, fazendo essas digitações. Sendo assim, depois que o dedo 4 tocar a 4ª casa da última casa, o dedo 1 começa a sequência a partir da 2ª casa em sentido contrário, e assim sucessivamente. Depois de dominar essa tabelinha acima, experimente tocar alguma escala que conheça nesse andamento mais lento. Você pode também executar algum solo ou riff que conheça, mas sempre seguindo o tempo do metrônomo.
Pode parecer besteira, de fato. Porém, no decorrer dos treinos, você perceberá a imensa diferença que esse treinamento provoca na habilidade.
2. Diminua o andamento do metrônomo
Nesse exercício, a proposta é desafiadora. Pra conseguir um bom desempenho, inclusive, é preciso deixar de lado a eterna busca pela velocidade, que é um fundamento que vem com o tempo e com a capacidade de automatizar os movimentos, isto é, só toca rápido quem toca lento. Dito isso, informo que você fará exatamente o contrário do que está acostumado a fazer:
- Programe o metrônomo num andamento mais brando, como 80 BPM, e execute um exercício de sua preferência [pode ser uma escala, ou a tabelinha do item anterior]
- Depois de executar, com precisão, o exercício, não aumente a velocidade! Nesta fase, você diminuirá o ritmo pela metade, ou seja, o metrônomo deve ficar na casa dos 40 BPM
- Depois repita o exercício com 100 BPM, e depois diminua para 50 BPM
- Brinque com as velocidades
A finalidade desse exercício é constatar, por meio do infalível metrônomo, se você está tocando as notas no tempo correto. É um modo de treinar que te ajuda a desenvolver a precisão.
3. Identifique os pontos complexos da música
Além de nos ajudar a tocar as músicas no ritmo correto, o metrônomo é a ferramenta que identifica as partes difíceis da música. Afinal de contas, toda canção tem partes mais fáceis e outras mais complexas.
Uma vez que aprendemos a usar o metrônomo, que nunca erra o tempo, conseguimos executar músicas no ritmo, e também identificar partes difíceis. Isso acontece porque, sem o uso do metrônomo, é natural que a gente dê uma "leve desacelerada" quando chegamos nesses pontos mais complexos da música. Porém, quando o metrônomo está ativado, os pontos mais difíceis ficam mais perceptíveis.
Usando o metrônomo para treinar a parte difícil da música
Para treinar as partes difíceis de uma música com a ajuda de um metrônomo, você deve isolar esses trechos complexos e transformá-los exercícios.
Exemplo: suponha que esteja estudando uma determinada música e chegou a hora de lidar com a parte difícil do rolê. Antes de tudo, é interessante você descobrir o andamento original da música. Para te ajudar com esse rolê, convoco o meu querido amigo Vinícius Dias:
Depois de ouvir e bem e de descobrir o andamento do trecho mais complexo da música, você seguirá o seguinte roteirinho:
- Selecionar esse trecho e treiná-lo separado com a ajuda de um metrônomo em andamento lento
- Conforme for dominando e adquirindo segurança, aumente o andamento
- Em seguida, diminua o andamento e execute o trecho novamente
Depois de treinar bastante os três passos acima, você ganhará precisão e terá uma melhor desenvoltura na hora de tocar a música no ritmo certo.
Metrônomo em alta velocidade
Bem… já que você chegou até aqui, quero encerrar nossa conversa de um jeito bem top. Para me ajudar com essa questão, convoco o desafio travado entre dois caras que são feras no uso do metrônomo!
De um lado temos o inigualável Vinícius Dias, músico e instrutor do Cifra Club. Do outro lado do ringue-palco, nós temos o incrível músico e professor Marco de Ros. Eles toparam descobrir qual dos dois toca mais rápido! Quem será que ganhou o desafio? Dê o play e confira o resultado:
E tentando alcançar a velocidade dessas duas feras, vou ficando por aqui. Até uma próxima, amigo leitor