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No Brasil da injustiça, novela defende a lei e os honestos

Ainda que maniqueísta, ‘O Outro Lado do Paraíso’ faz boa crítica à desolação ética no País

27 jan 2018 - 16h54
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Patrick (Thiago Fragoso) e Clara (Bianca Bin), arautos da honestidade no novelão da Globo
Patrick (Thiago Fragoso) e Clara (Bianca Bin), arautos da honestidade no novelão da Globo
Foto: Raquel Cunha /TV Globo / Divulgação

O juiz mais famoso do Brasil, Sergio Moro, tornou-se herói para milhões de brasileiros. A seus admiradores, o magistrado da Lava Jato representa o combate incansável e quase messiânico do bem contra o mal.

Ao mesmo tempo, alguns juízes tão ou mais poderosos do que ele são vistos como uma ameaça à aplicação da lei a poderosos réus por suposta ligação com políticos e partidos.

Essas duas situações estão, ao modo folhetinesco, retratadas em ‘O Outro Lado do Paraíso’, a bem-sucedida novela das 21h da Globo.

A juíza Raquel (Érika Januza) é o signo da justiça. Quilombola, foi empregada doméstica e sofreu inúmeras humilhações por se apaixonar por um rapaz branco de classe média.

Ela batalhou, estudou e virou a implacável adversária de Gustavo (Luís Mello), um magistrado corrupto e preconceituoso que vende seus vereditos a quem pagar mais.

O juiz abominável é um dos aliados de Sophia (Marieta Severo), ícone de um coronelismo que ainda destrói vidas Brasil afora e simboliza os séculos de atraso na nossa sociedade.

Ao lado dela, estão também um delegado prevaricador (Vinícius, interpretado por Flávio Tolezani) e advogados nada comprometidos com a verdade, papéis de Sérgio Fonta (Amaral) e Juca de Oliveira (Natanael).

Já Raquel conta com o apoio de seu amado, o íntegro delegado Bruno (Caio Paduan), do incorruptível advogado Patrick (Thiago Fragoso) e da amiga Clara (Bianca Bin), milionária que financia a busca por justiça de um jeito peculiar.

Com grupos tão distintos, representantes do bem absoluto e do mal ilimitado, o autor Walcyr Carrasco espelha o Brasil de hoje.

A nação ávida por limpeza ética na política acompanha nos telejornais o julgamento midiático de figuras públicas e, logo depois, assiste ao embate entre justos e desonestos na ficção.

Há dose exagerada de maniqueísmo na trama, como acontece em quase todo conflito dramatúrgico exibido na TV, mas a mensagem é positiva: ainda vale a pena crer na justiça – mas essa mesma justiça é questionada por muitos.

‘O Outro Lado do Paraíso’ convida o telespectador a tomar partido: você está ao lado dos heróis ou dos vilões? É da turma que ambiciona levar vantagem em tudo ou do grupo que aceita o eventual ônus imposto pela honestidade?

Em novela, o desfecho costuma ser óbvio: o bem triunfa sobre o mal. Já na vida real do Brasil de 2018, o final ainda está sendo escrito – e aqueles que são ‘mocinhos’ para alguns não passam de ‘bandidos’ para outros, e vice-versa.

Fonte: Especial para Terra
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