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Novo filme tenta mudar narrativa sobre vida de Billie Holiday

25 fev 2021 - 12h39
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Billie Holiday, considerada uma das maiores cantoras de jazz de todos os tempos, é lembrada há muito tempo por sua voz expressiva, seu histórico de abuso de drogas e álcool e sua morte prematura aos 44 anos.

Andra Day se apresenta na Times Square em Nova York
31/12/2020
Gary Hershorn/Pool vía REUTERS/
Andra Day se apresenta na Times Square em Nova York 31/12/2020 Gary Hershorn/Pool vía REUTERS/
Foto: Reuters

O novo filme "Os Estados Unidos vs. Billie Holiday" pretende mudar a percepção do público sobre a cantora e lançar luz sobre seu papel de líder da busca por direitos civis para os negros, disseram o diretor Lee Daniels e a protagonista do filme, Andra Day, à Reuters.

Com estreia no serviço de streaming Hulu na sexta-feira, a produção conta a história do tumulto causado quando Holiday cantou a balada "Strange Fruit", uma canção de protesto sobre o linchamento de pessoas negras. Ela a interpretou inicialmente em 1939 no primeiro clube noturno racialmente integrado da cidade de Nova York, o Café Society.

Autoridades do governo ordenaram que ela parasse de cantar "Strange Fruit". Quando ela se recusou, o FBI visou Holiday em meio a uma repressão ao uso de drogas, de acordo com o filme, que se baseia em um relato presente em um livro de 2015 do jornalista Johann Hari chamado "Na Fissura: Uma História do Fracasso no Combate às Drogas".

O diretor Lee Daniels disse que quis ressaltar esta parte pouco conhecida da vida de Holiday e mostrá-la como mais do que uma figura trágica.

"A história de Billie precisa ser contata. E quantas outras historias como a de Billie existem por aí que não conhecemos? Foi isso que achei incômodo. Que eu estivesse com 61 anos e aqui estamos. Ainda estou descobrindo a importância de 'Strange Fruit'".

A cantora e compositora indicada ao Grammy Andra Day, que interpreta Holiday, recebeu uma indicação ao Globo de Ouro. Day disse que assumiu o papel para ajudar a formar narrativas em torno da história negra.

"A guerra narrativa é muito importante para realmente erradicar a opressão, para realmente desfazer e quebrar o sistema", disse.

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