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O disco do Kiss que Ace Frehley define como "um erro"

Guitarrista acredita que história da banda poderia ter sido diferente se colegas tivessem optado por outro direcionamento

7 fev 2025 - 08h07
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Foto: Ace Frehley ( SGranitz/WireImage) / Rolling Stone Brasil

A discografia do Kiss é bem mais variada do que pode parecer para quem só conhece os clássicos. E, como era de se esperar, tais mudanças de direção possuem momentos positivos e negativos.

Para a maioria dos integrantes, há um disco que se sobressai negativamente em relação aos outros. Ace Frehley, por exemplo, o considera simplesmente um erro.

Em 2018, o guitarrista original da banda falou com o Hollywood's Musician Institute, em conversa transcrita pelo Blabbermouth (via American Songwriter), sobre o polêmico Music From "The Elder"(1981), seu último álbum com o Kiss antes da reunião. Frehley garante que sabia desde o início que o disco, conceitual e influenciado pelo rock progressivo, não daria certo — o que de fato ocorreu.

Ele disse:

Eu falava para aqueles caras: 'esse é o álbum errado para essa época'. Achava que os fãs queriam ouvir um álbum pesado, de hard rock. Mas eles não me escutaram. Eu disse: 'não vai funcionar', e é claro, o álbum foi uma bomba. Eu acho que tinha uma ideia do que estava acontecendo. Aqueles caras nunca tiveram nenhum senso de rua. Eu sempre tive uma ideia do que estava rolando e eu sabia o tempo todo - eu apostaria um milhão de dólares que o álbum ia dar errado."

Houve vários problemas com Music From "The Elder". A ideia de fazer um álbum conceitual, progressivo e mais leve era muito distante do que o Kiss havia produzido até ali, seja dos primórdios, do auge de popularidade ou da aventura "discoteca" dos antecessores diretos Dynasty (1979) e Unmasked(1980).

Além disso, a banda havia acabado de perder seu primeiro membro da formação original: o baterista Peter Criss, que saiu em 1980. Seu substituto, Eric Carr, ainda não tinha o devido espaço para manifestar qualquer opinião.

A situação de Ace era especificamente ruim desde o início. Fora o fato de o guitarrista estar tendo problemas com álcool e drogas, a produção do material foi assinada por Bob Ezrin, desafeto de Frehley e responsável pelo bem-sucedido Destroyer (1976).

Em 1993, o músico contou à Guitar World que Music From "The Elder" foi o responsável por sua saída, no ano seguinte ao lançamento.

Aquele álbum foi realmente a cereja do bolo, a respeito da minha saída da banda. Para começar, eles trouxeram Bob Ezrin para produzir, com quem eu não me dou bem. Além disso, eu sentia que a música naquele álbum não estava onde nós deveríamos estar naquele ponto."

Frehley também contou que que muitos de seus solos foram cortados do disco, o que o irritou profundamente. Ele assume vocais em apenas uma canção, "Dark Light", retrocedendo no espaço que teve nos álbuns antecessores diretos.

Curiosamente, no trabalho seguinte, o Kiss adotaria uma sonoridade mais direta e pesada — exatamente como o guitarrista gostaria que fosse. Porém, ele não participa das gravações: Creatures of the Night (1982) só o traz na capa.

Gene Simmons e Ace Frehley, do Kiss, em 1977
Gene Simmons e Ace Frehley, do Kiss, em 1977
Foto: Michael Putland / Getty Images / Rolling Stone Brasil

Gene Simmons e o álbum mais desonesto do Kiss

Gene Simmons assume a culpa por Music From "The Elder". Em entrevista para a Classic Rock (via site Igor Miranda), o vocalista e baixista explica que a ideia - um tanto megalomaníaca - foi dele. A inspiração surgiu em outra banda clássica, mas o resultado final passou longe do esperado.

Nas palavras do próprio:

Eu assumo a culpa, porque foi minha ideia. Lembro de dizer a Bob Ezrin que eu estava escrevendo um roteiro de um filme, que estávamos fazendo um álbum conceitual baseado nisso, e ele disse: 'Vamos fazer nosso próprio Tommy(1969)!'. E eu disse: 'Sim. Se o The Who pode fazer, por que nós não podemos?'. Bem, a resposta direta é porque nós não somos o The Who!"

Para Simmons, o disco de 1981 é um trabalho "desonesto", embora tenha caído nas graças de alguns fãs com o passar dos anos. Mas não é o maior merecedor de tal adjetivo. Esse título recai sobre outro álbum, feito em um momento bem diferente da carreira. Gene explica:

Existem alguns fãs que amam aquele disco ( Music From 'The Elder'). Para mim é desonesto. Mas realmente, o álbum mais desonesto que já fizemos foi Carnival of Souls, quando estávamos tentando seguir uma moda em vez de sermos nós mesmos."

Último álbum do grupo sem maquiagem, Carnival of Souls (The Final Sessions) (1997) saiu já durante a reunião da formação original. Praticamente não foi divulgado: só foi lançado para suprimir versões piratas que circulavam. A sonoridade é apoiada no grunge.

O trabalho marcou a despedida do baterista Eric Singer, que voltou nos anos 2000 já como o personagem "Catman", anteriormente usado por Peter Criss. Foi também o último com o guitarrista Bruce Kulick, que saiu em definitivo.

+++LEIA MAIS: Como era trabalhar com "controladores" no Kiss, segundo Ace Frehley

Colaborou: André Luiz Fernandes.

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