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O integrante dos Beatles que era 'magoado' por John Lennon

Pessoas próximas ao músico lembram que ele maltratava um dos colegas de banda, embora fosse um grande admirador do trabalho do amigo

16 abr 2025 - 19h28
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Foto: John Lennon e a formação consagrada dos Beatles ( Bettmann/Getty Images) / Rolling Stone Brasil

Um dos nomes mais importantes da história da música, John Lennon é conhecido, por exemplo, pela qualidade das composições com os Beatles e pelo ativismo pela paz. Entre as pessoas mais próximas da banda, no entanto, o artista tinha fama de ter um gênio forte, que às vezes beirava a grosseria. 

Um dos integrantes do grupo britânico — ironicamente um dos mais próximos de Lennon naquela época — sofreu bastante na mão do músico. E diversos relatos confirmam que John era um grande admirador do trabalho do colega, mas sempre implicou com o companheiro.

O Beatle perseguido por John Lennon

O integrante da banda em questão é Stuart Sutcliffe, o primeiro baixista do Fab Four. Ele conheceu Lennon na época do colégio e começou a participar da banda em janeiro de 1960 após comprar o instrumento. Sutcliffe também é apontado como um dos responsáveis pelo nome "The Beatles", que nasceu a partir de uma homenagem a Buddy Holly e aos The Crickets.

Stuart Sutcliffe, o primeiro baixista dos Beatles
Stuart Sutcliffe, o primeiro baixista dos Beatles
Foto: Reprodução / Rolling Stone Brasil

Mesmo sendo importante para a história do grupo e um amigo próximo do ícone de "Imagine", o baixista era frequentemente destratado pelo parceiro.

Ele costumava tratar Stuart muito mal às vezes, humilhava-o na frente das pessoas. Na faculdade, as garotas conversavam no corredor e, quando John passava, elas se calavam e tremiam. Ele tinha uma língua um pouco ácida, mas gostava de quem enfrentava isso", relembrou Bill Harry, amigo de Lennon, ao The Guardian (via Showbiz Cheat Sheet).

A implicância não era exclusiva do frontman. Paul McCartney e George Harrison também não eram muito amigáveis com Stutcliffe. Hunter Davies, que passou um tempo com a banda enquanto escrevia a única biografia autorizada sobre eles, relembrou o tratamento que o baixista recebia:

"George e Paul parecem ter tido um leve ciúme de Stutcliffe e de sua influência sobre John, embora pessoas de fora pudessem perceber o quanto John o admirava. Ele implicava com Stu o tempo todo e o magoava sempre que podia. Paul, seguindo o exemplo, também começou a implicar, embora se interessasse por arte e, como John, estivesse aprendendo com Stu muitas ideias e modas novas", escreveu ele em The Beatles. Já nessa época, Stuart Sutcliffe se dedicava à pintura, motivo que o fez deixar a banda em 1961 para aproveitar uma bolsa de estudos na Universidade de Belas Artes de Hamburgo.

A namorada do baixista, Astrid Kirchherr, também falou sobre a relação um tanto quanto conturbada dos dois, embora tenha reconhecido que Lennon amasse o amigo.

"Eles tinham visões de vida e atitudes semelhantes. John realmente amava Stuart, no melhor sentido da palavra, mas Stuart nunca se deu conta desse amor nem se preocupou com isso. John sempre teve que ser o cara durão, implicando com Stuart sobre sua aparência, seu baixo, seu canto, qualquer coisa. Stuart aceitava tudo e, sendo extremamente inteligente e sensível, nunca respondia muito. John sabia até onde podia ir", disse no livro Lennon: The Definitive Biography, de Ray Coleman.

A morte de Stuart Sutcliffe e a reação de John Lennon

Stuart Sutcliffe morreu em 1962, aos 21 anos, em Hamburgo, vitima de um aneurisma cerebral. A notícia devastou Lennon, que passou a se sentir culpado pela relação com o amigo. No livro John, a ex-esposa do músico, Cynthia Lennon, relembrou esse período.

Ele achava muito difícil falar ou demonstrar seus verdadeiros sentimentos. Mais tarde, ele às vezes conversava comigo sobre Stuart e sobre a terrível sensação de perda e culpa que sentia. Ele se angustiava pensando por que havia sobrevivido e o amigo morrido, e se havia algo que pudesse ter feito. Mas esses vislumbres de seus verdadeiros sentimentos eram raros. Na maioria das vezes, ele guardava tudo bem dentro de si. Naquela carta, ele também me disse que havia perdido a voz — talvez um sintoma de luto não expresso."

Por mais que muitas pessoas lembrem a implicância de John com Stuart, o músico nunca deixou de pensar no amigo. Um verso de "In My Life", sucesso dos Beatles de 1965, homenageia Sutcliffe.

"Todos esses lugares têm seus momentos/Com amantes e amigos dos quais ainda posso me lembrar/Alguns estão mortos e alguns estão vivos/Na minha vida eu amei todos eles."

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