'O Som do Metal' dá destaque raro à cultura dos surdos
Ativistas esperam que os elogios ao indicado ao Oscar fomentem a produção de mais filmes com pessoas com deficiência
Paul Raci, indicado a um Oscar por interpretar um mentor de usuários de droga que perdeu a audição em O Som do Metal, disse que a reação mais comum de surdos ao filme é "como você retrata um bando de drogados surdos como pessoas legais".
"Isso é um pouco estranho", disse Raci em uma entrevista, "mas eles estão contentes de você mostrá-los sob uma luz que os torna normais, como eu e você. Eles têm as mesmas dificuldades."
Ativistas esperam que os elogios a O Som do Metal, um dos concorrentes a melhor filme na premiação cinematográfica de domingo, e outros títulos levem à produção de mais filmes com pessoas com deficiência.
A sub-representação de mulheres, negros e outros em Hollywood tem sido questionada nos últimos anos. Estúdios de cinema e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que concede os Oscars, adotaram medidas para aumentar a presença destes grupos diante e atrás das câmeras.
Ativistas pressionam para que estes esforços também incluam pessoas com deficiências de todos os tipos.
"Hollywood ainda tem um caminho longo pela frente", disse Lauren Appelbaum, vice-presidente de comunicações da RespectAbility, grupo sem fins lucrativos que defende pessoas com deficiência.
A única atriz surda a conquistar um Oscar foi Marlee Matlin por "Filhos do Silêncio", de 1986.
Em O Som do Metal, Riz Ahmed interpreta Ruben Stone, um baterista viciado em drogas que perde a audição subitamente e que se muda para uma comunidade de surdos em tratamento contra o vício aos cuidados de Joe, o personagem de Raci.
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