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Ópera 'Così Fan Tutte', de Mozart, abre temporada lírica do Teatro Municipal de SP

Espetáculo, que propõe uma reflexão filosófica, narra a história de dois jovens que investigam a infidelidade

24 mar 2023 - 05h11
(atualizado às 15h22)
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Todos nós fazemos. É como a diretora Julianna Santos imaginou a infidelidade em sua produção de Così Fan Tutte, ópera de Mozart que abre hoje a temporada lírica do Teatro Municipal de São Paulo. Na obra, dois jovens, provocados por um filósofo, tentam descobrir se suas namoradas são fiéis. "O compositor cria um jogo de espelhos. Não se trata apenas delas. Trata-se daquilo que é humano", explica.

Così Fan Tutte estreou em 1790, em Viena. Foi a terceira colaboração entre o libretista Lorenzo Da Ponte e Mozart - as outras foram As Bodas de Fígaro e Don Giovanni. É um dos momentos mágicos da história da ópera, em que a qualidade de texto e música se une na forma de grande teatro, em um todo repleto de possibilidades de interpretação.

"A sinopse da ópera, a história em si é muito simples. Mas as camadas que ela sugere são diversas. Mozart nos leva a lugares de realismo, de reflexão filosófica, em que pode ser sentimental, cínico. E esse é o grande desafio, além do fato de que, ao contrário do que acontece nas Bodas ou no Don Giovanni, não há um texto anterior em que o libreto foi inspirado, uma referência", diz a diretora. E acrescenta: "Para mim, de imediato, o que Mozart propõe como tema é a questão da expectativa com relação ao outro e a si próprio, que muitas vezes acaba frustrada. Todas as certezas dos personagens vão sendo quebradas ao longo da narrativa. Eu não vejo a questão da traição pelo filtro da culpa católica, mas por meio das pulsões humanas".

Por conta disso, ela afirma que buscou trabalhar a ambiguidade que enxerga na história e, em especial, na música. "Tento trazer de forma poética o que se sugere realista, indo para um plano mais imaginativo, evocando em cenários essa relação entre o que é e o que não é, recorrendo ao simbólico, mas sem apostar no abstrato, sem abrir mão de narrar os eventos da ópera."

A direção musical é do maestro Roberto Minczuk, à frente da Orquestra Sinfônica Municipal e do Coro Lírico Municipal. Dois elencos vão se dividir ao longo das récitas.

Hoje, domingo e nos dias 29 de março e 1.º de abril, os dois casais são interpretados por Laura Pisani (Fiordiligi), Josy Santos (Dorabella), Aníbal Mancini (Ferrando) e Michel de Souza (Guglielmo); Saulo Javan vive Don Alfonso, velho filósofo que propõe o teste de fidelidade aos rapazes; e Chiara Santoro é a criada Despina.

No sábado e dias 28 e 31, os papéis serão interpretados respectivamente por Gabriella Pace, Juliana Taino, Luciano Botelho, Felipe Oliveira, Murilo Neves e Carla Domingues.

Estadão
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