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Emocionante, documentário conta momentos finais de Jô Soares

Discreto, apresentador quis dirigir até mesmo a própria morte

30 jul 2024 - 12h32
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Jô Soares
Jô Soares
Foto: Tiago Queiroz|Estadão / Estadão

Dificilmente haverá um outro apresentador como Jô Soares, que morreu em 2022. Humorista, ator, diretor, músico, roteirista, escritor. Não havia atuação mediana em área nenhuma de sua parte. E a bem sucedida carreira fica clara no documentário em quatro episódios que acaba de ser lançado pelo GloboPlay. Em "Um Beijo do Gordo" toda a trajetória de Jô é permeada por histórias interessantes, nem todas conhecidas até então.

Honesta, Claudia Raia desabafou sobre o julgamento que recebeu por ser uma mulher jovem namorando um homem mais velho e com corpo fora do padrão. O mesmo contou Flávia, grande amor do apresentador, que superou a gordofobia e manteve uma relação de amizade até o fim da vida. Flávia, aliás, abre sua intimidade de maneira corajosa e conta como revelou a Jô seu casamento com Zélia Duncan. A cantora, por sua vez, relembrou como conquistou sua amizade.

Há momentos muito solares no documentário dirigido por Renato Terra, com histórias divertidas contadas por amigos como Adriane Galisteu, mas a importância de Jô para o país não passa batida. Drauzio Varella, por exemplo, afirma categoricamente que o tratamento contra a Aids nos anos 90 só avançou rapidamente graças a uma entrevista no "Jô Onze e Meia". O programa do SBT, que trouxe para o Brasil o formato de talk show, fez com que Silvio Santos lhe desse um cheque em branco e oferecesse até mesmo blocos de intervalos comerciais para mantê-lo no canal, o que não aconteceu.

Até então cercada por muita discrição a pedido do próprio, a morte do apresentador é contada em detalhes emocionantes. Cercado por amigos, Jô tinha a plena consciência de que partiria e mostrou tranquilidade, a ponto de decidir o que deveriam fazer em seu funeral. Para Drauzio, o amigo quis dirigir até mesmo a própria partida, argumento com o qual Jô concordou. O apresentador morreu sem dor, tranquilo e com a certeza de que teve uma vida extraordinária, assim como eram as madrugadas de seu programa. Ele faz falta. E merece toda sorte de homenagens.

Fonte: Fefito Fefito é jornalista, pós-graduado em direção editorial e mestrando em comunicação. Atualmente apresenta o TV Fama, na RedeTV!, além de ser colunista no Terra. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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