Robótico, "Tô Nessa" parece feito na base da pesquisa
Sitcom correu para apresentar resultados de como seria a vida no subúrbio e acabou soando pouco orgânico
Apostando na bem construída imagem de matriarca de Regina Casé após "Amor de Mãe", "Tô Nessa" estreou no último domingo em um horário consagrado por "Sai de Baixo" e também já usado por "Vai Que Cola". A sitcom conta com plateia e aposta no mesmo gênero, mas, ao contrário das antecessoras, parece tão milimetricamente pensada para falar sobre a vida no subúrbio que mais soa robótica do que espontânea.
"Tô Nessa" lembra mais um projeto feito sob medida a partir de pesquisa de mercado. A pressa para apresentar os resultados do estudo é tamanha que no primeiro bloco os personagens parecem mais virar um estudo de caso do que figuras com vidas a preencher a partir de suas narrativas. Tudo acaba soando didaticamente pensado mais para refletir uma tal modernidade em tempos de redes sociais e flui de maneira muito pouco orgânica.
Sim, há apelo divertido em parte da história, especialmente no que diz respeito às personagens de Valentina Bandeira e Luana Martau, mas ainda há que se trabalhar aspectos de direção de atores, que ainda precisam estar mais confortáveis nestas novas peles. Há um futuro para "Tô Nessa", mas apenas se ele parar de soar tão ensaiado e mecânico. Do contrário, será difícil evitar comparações e agradar a audiência. Agora, parece história para publicitário ver.