"Senna" tenta, mas não consegue apagar história de Galisteu
Não é mais tempo de insistir em polêmicas, mas, sim, de admitir que apresentadora é parte da biografia do piloto
Embora do ponto de vista técnico "Senna" seja um avanço inegável no audiovisual brasileiro, os pontos positivos da série acabaram ofuscados pela polêmica envolvendo Adriane Galisteu logo após seu lançamento. Isso porque, embora concentrada na vida profissional de Ayrton Senna, a produção não deixa de lado sua vida pessoal. Tanto sua ex-esposa, Lilian, como Xuxa, com quem namorou, ganharam episódios inteiros sobre suas histórias. Para a apresentadora da Record, com quem o piloto namorava na época de sua morte, foram menos de dois minutos.
É pública e notória a antipatia da família Senna por Galisteu. Já no velório ela chegou a ser barrada em alguns espaços. De acordo com o jornalista Flávio Gomes, em entrevista para um podcast, no final de semana do acidente em Ímola, o irmão do piloto chegou a levar um dossiê sobre Galisteu que foi mostrado dias antes da corrida e deixou Senna abalado pela perseguição à namorada. Nunca houve aproximação entre as partes. Ainda assim, nada disso justifica que se apague a história.
Adriane Galisteu é uma realidade na biografia de Senna. Foi publicamente anunciada, assumida, recebeu declarações apaixonadas. Não se varre uma história de amor para baixo do tapete, ainda que não se tenha apreço por ela. Sim, o piloto é muito mais que uma relação, tem uma carreira que o tornou lenda no esporte e no país, mas é completamente desonesto apagar aspectos de sua vida.
De acordo com Gabriel Leone, protagonista da série, Galisteu aparece pouco porque o roteiro não se concentra nos anos de 1992 e 1993, período do namoro entre os dois. Ainda assim, parece no mínimo esquisito que isso ocorra justamente nesse momento de seu passado. Não é justo com Galisteu e nem com quem conhece a história tão bem. Não há mais o que se provar, todo o valor da apresentadora e sua gratidão já foram extensamente mostrados. Errou a Netflix.