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Primeira candidata transgênero do Miss Universo se alegra em servir como exemplo

12 dez 2018 - 11h52
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Por Rina Chandran

Participante do Miss Universo, Angela Ponce, na Espanha 25/10/2015 REUTERS/Susana Vera
Participante do Miss Universo, Angela Ponce, na Espanha 25/10/2015 REUTERS/Susana Vera
Foto: Reuters

BANGCOC (Thomson Reuters Foundation) - Como muitas outras participantes do concurso Miss Universo, Angela Ponce cresceu assistindo ao espetáculo glamoroso na televisão e sonhando em um dia representar seu país.

Neste ano, seu sonho se realizou, com Angela entrando para a história como a primeira candidata transgênero nos 66 anos do evento.

"As mulheres trans vêm sendo perseguidas e apagadas há muito tempo. Estou mostrando que as mulheres trans podem ser o que quiserem", disse Angela, que foi eleita Miss Espanha no início deste ano.

"Tenho orgulho de ter a oportunidade de usar esta plataforma para uma mensagem de inclusão, tolerância e respeito pela comunidade LGBT+", disse durante entrevista em Bangcoc, onde a final será realizada no dia 17 de dezembro.

A Organização Miss Universo, responsável pelo concurso de beleza, acabou com uma proibição a candidatas transgênero em 2012.

A competição é transmitida em mais de 190 países, com público anual estimado em meio bilhão de espectadores.

Considerada por diversas casas de aposta como a favorita para conquistar a coroa, Angela é voluntária em uma organização espanhola sem fins lucrativos que trabalha com famílias e crianças que lidam com questões ligadas à identidade de gênero.

Crianças transgênero muitas vezes enfrentam a depressão e pensamentos suicidas, afirmou.

"Nasci em um mundo, em uma sociedade que realmente não estava preparada para mim. Tive o apoio da minha família, mas mesmo assim sofri discriminação e não tinha modelos a seguir", disse.

"Tantas crianças sofrem discriminação por serem diferentes. É importante dizer a elas que elas têm direito de ser quem são, quem quiserem ser", disse à Thomson Reuters Foundation por meio de um intérprete.

Angela, de 26 anos, disse que foi barrada de várias competições de moda por ser transgênero.

"Quando fui eleita Miss Espanha fiquei muito empolgada", disse.

"Quando colocaram a coroa fechei os olhos para absorver aquilo, porque sabia que era um momento muito significativo".

Também é significativo que o concurso deste ano contará com uma comissão de seleção só de mulheres, informou uma porta-voz da Organização Miss Universo.

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