Programa de Tirullipa vira dor de cabeça no SBT após patrocinador ser vetado pelo STF
Com proibição de seu patrocinador de atuar no país inteiro, programa de Tirullipa vira dor de cabeça no SBT e pode ser tirado da grade
O ano mal começou e o SBT já está com mais uma dor de cabeça para administrar: o futuro do Circo do Tiru, comandado por Tirullipa, aos sábados. É que a única patrocinadora do programa, uma casa de apostas, foi enquadrada na lista de empresas vetadas de operarem no território nacional publicada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, na última quinta-feira (2).
A BetVip, responsável por bancar todo o custo de produção do Circo do Tiru, já havia se dado mal em 2024 com uma proibição prévia de atuar em território nacional, mas encontrou uma brecha para manter suas atividades por meio da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), e esticou suas operações normalmente.
O Ministério da Fazenda já havia notificado em 2024 todas as casas de apostas que desejassem operar em âmbito nacional que elas teria que regularizar suas documentações e também mecanismos de atuação para poderem se enquadram nas novas regras que foram impostas para as empresas deste segmento. Mas a Betvip optou por se manter sob o guarda-chuva da Loterj, e agora está impedida de atuar em âmbito nacional.
Na determinação do ministro André Mendonça, todas as casas de apostas que haviam conseguido uma liberação para seguir operando em território nacional por meio da Loterj estão proibidas de oferecerem seus serviços fora do Rio de Janeiro. E todas elas, sem exceção, deverão atualizar seus mecanismos de funcionamento e ativar ferramentas de geolocalização para impedir que usuários de outros Estados façam uso das plataformas de apostas.
Mendonça deu o prazo de cinco dias para que o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Loterj cumpram a determinação, e cessem de uma vez "a exploração da atividade de loterias e jogos eletrônicos fora dos limites territoriais do Rio". O ministro ainda proibiu que o Governo e a Loterj busquem novas manobras na Justiça, como no ano passado, para seguirem operando em todo o país.
A nova determinação não impede de que sejam feitas publicidades sobre estas empresas fora do território do Rio de Janeiro. Mas uma vez que a empresa reduz em mais de 90% suas chances de lucro, ela passa a ter prejuízo ao divulgar sua marca para um público que não a pode consumir.
Com a queda de alcance da Betvip, sua permanência como patrocinadora do Circo do Tiru está em jogo. Fontes do SBT relataram que vão voltar ao mercado com o plano comercial da atração para buscar novos investidores que estejam interessados em bancar o projeto. E como a nova ordem da emissora é não manter no ar programas que operem no prejuízo, a permanência de Tirullipa aos sábados também está ameaçada.
A permanência de Tirullipa na grade do SBT em 2025 só será garantida se houver alguma empresa disposta a patrociná-lo, já que seu programa é fraco em repercussão e tem uma audiência ruim para o horário em que é exibido. Para se ter uma noção, ele costuma performar abaixo dos índices obtidos pelas sessões de filmes exibidas aos sábados. O detalhe é que os enlatados não têm um custo de produção. Já o Circo do Tiru requer bastante investimento.
Procuramos o SBT para comentar sobre o caso, e a emissora apenas se limitou a dizer que há um esforço junto ao mercado para seguir comercializando suas cotas de patrocínio.