|
Rodrigo Capella com Rubens Ewald Filho |
Rir ou Chorar
Livro desvenda bastidores do cinema
Rir ou Chorar (Imprensa Oficial; 256 pag) é o quinto livro do escritor e poeta Rodrigo Capella, autor também de Transroca, o navio proibido, que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer.
A obra, que faz parte da Coleção Aplauso, comandada por Rubens Ewald Filho, desvenda os bastidores do cinema brasileiro e apresenta a biografia do premiado cineasta Ricardo Pinto e Silva, que já trabalhou em mais de vinte filmes ao lado de importantes atores e cineastas brasileiros.
Concorra a exemplares do livros
O livro Rir ou Chorar traz, ao longo de suas páginas, histórias dos bastidores do cinema e situações hilárias com Paulo Betti, Vera Fischer, Ronnie Von, Ana Paula Arósio, entre muitos outros.
O resultado é um livro bem humorado, recheado de truques cinema- tográficos, como o chá usado no lugar de uisque para não embebedar o ator Daniel Filho na gravação de Querido Estranho e ainda papel celofane cortado em cubos no lugar do gelo para não interferir no áudio, ou curiosidades como a cena em que o ator José Wilker, no filme O Homem da Capa Preta, participa de uma sequência de improvisos com figurantes e produtores do filme que só mesmo quem estava lá pra saber o desfecho.
Sobre o autor:
Rodrigo Capella é escritor, palestrante e poeta. Autor de vários livros, entre eles Transroca, o navio proibido, que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer e Poesia não vende, que traz depoimentos de Ivan Lins, Moacyr Scliar, Carlos Reichenbach, Sergio Ferro, Bárbara Paz e Frank Aguiar. Capella é co-roteirista do curta-metragem Primeira Vez, vencedor da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2006 na categoria voto popular e ganhador de prêmio especial no Festival de Gramado 2007.
Confira algumas histórias do livro “Rir ou Chorar”, de Rodrigo Capella:
No filme O Cangaceiro, o ator Paulo Gorgulho se desentendeu com o diretor Anibal Massaini Neto. O motivo: o sol estava quente, as roupas que o elenco usava era pesada e o desgaste da equipe estava grande. Um produtor do filme foi conversar com o Paulo e lembrou o que havia acontecido com Willian Hurt e Hector Babenco nas filmagens de O beijo da mulher aranha: Babenco e Hurt haviam se desentendido, mas voltaram atrás e filmaram. Resultado: Hurt ganhou o Oscar de melhor ator pelo filme. Ao ouvir essa história, Paulo voltou atrás e filmou.
Um dos roteiristas do filme O Trapalhões na Terra dos Monstros, chamado Ricardo Pinto e Silva, foi conversar com o Didi e apresentar a primeira versão de roteiro para o filme. O Didi pegou o texto na mão, deu uma folheada e disse: o diálogo está muito grosso. O roteirista reagiu surpreso: como assim, groso. Didi respondeu: precisa ser mais fino, precisa ser assim, disse Didi, colocando o polegar e o indicador em paralelo.
No filme O Homem da Capa Preta, o ator José Wilker interpretava Tenório Cavalcanti. Em uma cena, Wilker sobe na marquize de uma casa, segurando uma metralhadora. Ele precisava conversar com o público (figurantes), mas o público não conseguia ouvir, pois o som estava muito ruim. O que a produção fez? Subiu na marquize, se escondeu atras do ator e começou a gesticular para que os figurantes rissem e aplaudissem na hora certa. A situação ficou muito engraçada!
No cinema, o uisque é substituido por chá mate, e o gelo por papel celefane cortados em cubo para não dar interferência no som direto. Isso ocorreu, por exemplo, no filme Querido Estranho, no qual o Daniel Filho interpretava um alcólatra.
O filme Doida Demais, protagonizado por Paulo Betti e Vera Fischer utilizou um recurso interessante: o back projection. Em uma cena, os dois atores aparecem sobrevoando o estado de Minas Gerais, mas, na verdade, Paulo Betti e Vera Fischer sempre estiveram parados em um hangar, no Rio de Janeiro. Olha o que fizeram: enquanto os dois atores estavam dentro do avião, uma tela foi colocada na janelinha do avião, e uma grande equipe ficava correndo em volta do avião para projetar imagens de Minas Gerais na tela. Resultado: não faltaram risos dos atores e da produção.
No filme O País dos Tenentes, os figurantes estavam aguardando a chegada de um caminhão, que traria os alimentos. Mas, ele estava demorando muito. O que fizeram os figurantes? Comeram todo cenário do filme (uma plantação de milho) e ainda tiraram leite de uma cabra que estava passando por lá.
No filme As feras, os atores Nuno Leal Maia e Lúcia Veríssimo sofreram um pouco. Isso porque o diretor Walter Hugo Khoury mudava o roteiro sempre na hora das filmagens e os atores recebiam o roteiro poucos minutos antes de gravar as cenas.
Confira o site do autor
|