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Quem é a DJ que virou hit com ajuda de Neymar?

Bárbara Labres já era conhecida como a "DJ gata" do Central da Copa de 2018, mas voltou a repercutir após o craque do PSG ouvir seu hit

25 ago 2020 - 09h00
(atualizado às 10h52)
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Bárbara Labres, de 26 anos, não é uma desconhecida para os apreciadores de futebol. Em 2018, a DJ virou "musa" do Central da Copa e roubou a cena no programa apresentado por Tiago Leifert. Agora, ela retoma os holofotes por aquilo que se dedica a fazer: música. Graças à performática chegada de Neymar para o jogo do Paris-Saint Germain contra o Atalanta, quando ele ostentou um óculos juliet, seu característico moicano e desfilou ao som de Hoje é Rave, o hit disparou nas plataformas de streaming. No último domingo (23), com a expectativa da vitória do clube do craque sobre o Bayern de Munique, a música de Bárbara conquistou dois dos mais importantes rankings do Spotify: entrou para a lista das 50 mais tocadas do Brasil e alcançou a posição de número 17 entre as virais do país. 

Neymar e Bárbara Labres: jogador e DJ são amigos há cinco anos e agora dividem uma paixão pelo hit "Hoje é Rave", que o atacante do PSG ajudou a explodir
Neymar e Bárbara Labres: jogador e DJ são amigos há cinco anos e agora dividem uma paixão pelo hit "Hoje é Rave", que o atacante do PSG ajudou a explodir
Foto: Reprodução

Quem vê o sucesso da artista, não sabe das dificuldades que ela já enfrentou no início da carreira, quando deixou o Rio Grande do Sul rumo ao Rio de Janeiro. "Eu passei dois anos dormindo no chão, de favor na casa de pessoas. Eu comia uma vez por dia porque eu não tinha dinheiro. Eu vim para o Rio com uma mochila e R$ 800. A minha sorte é que meus pais nunca me incentivaram a desistir e com isso eu também acreditava mais em mim", relembra, em entrevista ao Terra

A modelo, cantora, DJ, jogadora de futebol nos tempos livres e quase educadora física conversou com o portal sobre o início da sua carreira, as dificuldades pessoais, a relação de amizade com o atacante do PSG, o suposto affair com Bianca Andrade (influencer e ex-BBB), a maneira como lida com comentários homofóbicos e com os haters na conversa abaixo.

Terra: Bárbara, como você enxerga a repercussão do seu hit seis meses após o lançamento dele graças à ajuda de Neymar?

Bárbara: Cara, foi muito louco. Acabou que a minha música criou um vínculo com o Neymar, com a Champions. Eu nunca pedi nada para ele. Ter sido espontâneo foi o mais incrível. 

Vocês têm uma relação muito próxima?

A gente já é amigo há uns cinco anos. Ele foi uma das primeiras pessoas que eu conheci quando eu cheguei ao Rio. Eu nunca pedi nada para ele. Por isso que a divulgação espontânea foi mais incrível. Quando ele está no Brasil, a gente joga junto direto, a gente está sempre se vendo. Teve um dia que eu joguei contra ele, eu perdi e ele me deu um peteleco na testa. Mas eu já sabia que ia perder. Valeu a pena pela diversão. 

Como que você iniciou sua carreira de DJ? Era o que de fato você sonhava em fazer da vida?

Eu nunca me imaginei trabalhando com música. Meu sonho era ser jogadora de futebol, tanto que eu joguei bola dos 9 aos 19 anos. Nunca gostei de sair quando eu era adolescente, eu era mais caseira e só queria jogar futebol. Um dia eu fui em uma balada e ganhei um curso de DJ. Minha reação foi começar a rir. Eu nem ia no curso para jogar futebol. Mas o professor me ligou na última semana e eu fui para ver como era. Daí eu treinei sozinha no YouTube. Na formatura, toquei funk, falei no microfone e me senti realizada quando vi que eu mexia com a energia  das pessoas. Foi amor à primeira vista. 

Então foi esse sorteio que mudou os rumos da sua vida profissional?

Também. Na época eu trabalhava em uma academia. Foi o que eu consegui mais perto do esporte. Eu fazia faculdade de educação física. Um dia, em uma aula, um professor me incentivou para ser artista. Disse que era o que eu deveria fazer. Era o empurrão que eu precisava.

Além desse curso inicial, como você aprimora seu trabalho?

Eu fiz vários cursos lá no sul, eu tinha vários amigos DJS e fui aprendendo com eles. No ano passado, fiz um curso de produção no Rio de Janeiro. Mas onde eu mais aprendi foi na prática, errando mesmo. 

Bárbara Labres: a DJ musa da 'Central da Copa' que voltou aos holofotes graças ao empurrão do 'adulto Ney'
Bárbara Labres: a DJ musa da 'Central da Copa' que voltou aos holofotes graças ao empurrão do 'adulto Ney'
Foto: Instagram / Reprodução

O que você costuma tocar para o seu público e quem são os Djs que te inspiram?

Cara, eu não tenho inspiração. Eu nunca tive nenhuma inspiração de DJ. Eu não sei te responder isso. Eu sempre meio que segui muito meu feeling, o que eu acreditava e o que eu lia do meu público. Sempre fui muito autêntica para criar. Particularmente, gosto muito de trap e hip-hop, mas o que eu toco é funk. Só que eu trabalho de um jeito mais personalizado. Eu nunca sei quando vai ser meu show. Eu faço a leitura do meu público e resolvo na hora o que vai tocar. Eu sou eclética, mas gosto é de música boa. Foco no funk porque é o que meu público mais gosta. 

Como sua carreira foi impactada pela quarentena, já que é um trabalho que depende muito do público, dos shows?

Eu tive que aprender muito a me virar sozinha na quarentena. Eu gravei três clipes com o celular, sozinha. Antes eu tinha gravado um clipe só. Durante esse período de isolamento, fiz duas lives, mas eu sinto muita falta do contato com as pessoas. Eu tenho muita curiosidade de fazer um show drive-in porque eu sinto saudade dos palcos, mas não tem nada fechado. Amigos meus fizeram shows nesse modelo disseram que é muito louco.

Pretende expandir sua carreira para fora do Brasil ou até moraria no exterior?

Eu gosto tanto do Brasil e da energia dos shows daqui. Brasileiro é calor, é furdunço. Eu nunca fiz shows fora, mas tinha uma turnê para fazer na Europa, Havaí... E tive que cancelar tudo por causa da pandemia. Mas pensar em morar fora, hoje não penso. 

Quem vê todo o sucesso que você está fazendo agora não sabe com detalhes das dificuldades que você já passou. Qual foi o maior perrengue que você enfrentou?

Eu tenho perrengue pessoal, profissional. Eu acho que dificuldade pessoal que eu mais passei e me abalou foi ter um irmão dependente químico por seis anos. Isso foi difícil para mim. Ele começou com a dependência na época em que eu comecei a tocar. Por isso que eu me apeguei muito à música. Isso foi bem quando eu tinha 16, 17 anos. Isso me deixou com medo de sair de casa e deixar os meus pais. Depois que eu ganhei um irmãozinho mais novo eu fiquei mais tranquila, porque sabia que eles não ficariam tão sozinhos. Meu perrengue de vida foi muito grande no início. No Rio, eu tinha que ir sozinha para os shows, lidar com contratante que eu nunca tinha visto na vida. Tinha medo de chegar em algum lugar e ser sequestrada. Ter que viajar sozinha, me virar sozinha. Mas com cada uma dessas coisas eu cresci muito. Eu aprendi a ver o lado bom e acho que sou muito humilde nesse sentido, de reconhecer as coisas boas que acontecem.

Por já ter vivido relacionamento com mulheres, foi vítima de homofobia?

Cara, eu não tenho problema nenhum de falar sobre minha sexualidade, mas eu já sofri muito com a homofobia. Tinha 15 anos quando comecei a me relacionar com mulheres. Se hoje há preconceito, imagina 10 anos atrás? Antigamente eu tinha medo de as pessoas não gostarem de mim por eu gostar de mulher. Depois que eu contei para os meus pais eu me senti aliviada. Para eles, o mais importante é o meu caráter. Meus pais me aceitaram e eu me aceitei então foda-se.

Você tem muitos haters? O que mais te incomoda na internet?

Tem muito comentário machista, de homem que fala merda. Quando eu lancei minha música Quer Saber Por Quê? sobre o valor sexual de mulheres, sofri muitas críticas. Mas porque homem pode falar sobre gozar e mulher não pode? A gente tem que ter a cabeça aberta. Cada um pensa de um jeito, independentemente do que cada um gosta.

Isso te abala?

Eu já fiquei muito mal muitas vezes, mas estou aprendendo a lidar com essas críticas. Nunca tive o sonho de ser uma pessoa pública, famosa. Eu quero que meu trabalho seja reconhecido, mas eu não gosto de polêmica. Eu tento ser neutra. Quando eu fiquei mais conhecidinha as pessoas me julgaram muito. Ninguém está preparado para ficar ouvindo críticas 24 horas por dia. Imagina você ler que as pessoas ficarem falando dos seus valores, da sua essência, sendo que elas nem me conhecem. Ninguém cresce sem hater, quanto mais hater mais sinal de que você está crescendo. Hoje eu vejo assim.

Bárbara Labres: DJ de sucesso já enfrentou muitas dificuldades no início da carreira e chegou a dormir no chão
Bárbara Labres: DJ de sucesso já enfrentou muitas dificuldades no início da carreira e chegou a dormir no chão
Foto: Instagram / Reprodução

Você gravou uma música com Flayslane (ex-BBB) e teve um caso com Bianca Andrade, que também participou do reality. Participaria do Big Brother Brasil ou de algum outro reality show?

A gente já teve uma coisinha aí (risos). Eu participaria do BBB. Não de um reality de relacionamento. Eu iria para me desafiar e para me conhecer melhor, conhecer os meus limites. Mas a depender do momento. De Férias com o Ex não, nunca. Até porque eu sou muito discreta. 

Como lida com a timidez e a exposição ao mesmo tempo?

Tive que aprender a lidar com a exposição. Eu sou muito tímida. Não tenho foto adolescente porque eu odiava câmera. Mas a Bárbara DJ é diferente. Quando eu estou no palco eu quero que todo mundo me olhe, quando não me olham eu fico puta. Eu sei que eu tenho que postar foto porque querendo ou não isso chama a atenção. A minha vida pessoal, de relacionamento, eu tento deixar mais neutro. 

Seu público no Instagram é predominantemente feminino. Nos seus shows também é assim?

Acho que elas acabam me vendo como uma inspiração de uma mulher DJ, que quase não tem. Por eu passar a imagem de mulher forte, intimida mais os homens. Para você ter noção, eu gosto de pessoas, mas normalmente eu prefiro mulher. Homens nunca chegam em mim, só mulheres. Isso desde novinha. Eu acho que mexe com eles o fato de eu ser bem resolvida com a minha sexualidade… Acho que eles têm um pouquinho de medo.

Você acha que o segmento de entretenimento do qual você faz parte é desvalorizado?

Não há o incentivo à música eletrônica. E o pouco direito que tem eles vivem tentando tirar. Eu não me imagino trabalhando com outra coisa que não a música. É com o que eu vivo, como eu sustento a minha família. E a gente é zero reconhecido. A minha maior renda é fazendo show. E até as pessoas não enxergam isso. Eu vi várias fofocas de artistas que fizeram pedido de auxílio emergencial e foram julgadas. Graças a Deus eu consigo me virar por causa de publipost. Mas as coisas são difíceis. Cara, isso é muito triste. 

Fonte: Redação Terra
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