Quem foi João do Rio, autor homenageado da Flip 2024?
Pseudônimo de Paulo Barreto (1881-1921), escritor e jornalista é considerado o fundador da crônica moderna e ocupou a cadeira 26 da Academia Brasileira de Letras (ABL)
O escritor e jornalista João do Rio, pseudônimo mais famoso de Paulo Barreto (1881-1921), será o autor homenageado da 22ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que ocorre entre os dias 9 e 13 de outubro.
Segundo ocupante da cadeira 26 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tornou-se muito conhecido pelas crônicas sobre o cotidiano do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu, fez carreira e morreu. No entanto, também escreveu romances, ensaios, contos e peças de teatro.
Como repórter, foi um dos pioneiros do jornalismo literário no Brasil, misturando reportagem, literatura, ficção e fato. Em comunicado à imprensa, a organização da Flip afirmou que o estilo de João do Rio mudou a forma de fazer jornalismo e destacou que ele é considerado o fundador da crônica moderna.
"Muito se diz que a crônica, como ela se deu no Brasil, é um gênero totalmente brasileiro. Vem um pouco da tradição do ensaio, claro, mas aqui ganhou pitadas de humor, de observação sagaz. João do Rio, como um dos pioneiros, foi além: registrou a história de uma cidade que se transformava, e não é exagero dizer que ele fez uma etnografia no início do século", disse a curadora Ana Lima Cecilio em nota.
A homenagem da Flip é também uma tentativa de resgatar a memória do escritor, que foi perdida com o passar do tempo. Em 2021, uma reportagem do Estadão destacou como o centenário da morte de João do Rio foi ignorado pela cidade que o consagrou. No mesmo ano, o escritor e biógrafo Ruy Castro criticou o esquecimento do jornalista na literatura brasileira.
"Ainda que tenha morrido famoso - seu enterro arrastou multidões -, permaneceu quase esquecido por mais de um século. A homenagem da Flip quer destacar essas contradições, justamente por ajudarem a explicar o Brasil", afirmou Ana Lima.
5 livros de João do Rio
- A alma encantadora das ruas (Companhia de Bolso, 256 págs.; R$40,69)
- Vida vertiginosa (José Olympio, 336 págs.; R$40)
- Dentro da Noite (Brasiliaris, 158 págs.; R$42,38)
- As religiões no Rio (José Olympio, 272 págs.; R$35,11)
- João do Rio: um dândi na Cafelândia (Boitempo, 232 págs.; R$ 58)
*Colaboração de Marcio Dolzan