Renoir no Masp: Pintor modernista ganha exposição na inauguração do novo prédio do museu
Há mais de 20 anos as obras do artista que integram o acervo do museu não eram expostas juntas; veja como será a mostra
O novo anexo do Museu de Arte de São Paulo abre as portas para suas galerias pela primeira vez nesta sexta-feira, 28, com Cinco ensaios sobre o Masp, série de exposições com obras que pertencem ao acervo da instituição, além da videoinstalação Isaac Julien: Lina Bo Bardi - um maravilhoso emaranhado.
A única mostra individual é Renoir, dedicada ao francês Pierre-Auguste Renoir, com 12 pinturas e uma escultura produzidas pelo modernista em dois períodos de sua vida, sua fase impressionista e suas obras tardias. É, também, aquela que mais remete aos primeiros anos de história do Masp após sua fundação.
"Têm surgido novas pesquisas sobre As Banhistas, e nessas novas histórias que estão sendo contadas nas universidades e nos museus, está ficando claro que aquelas não são pinturas necessariamente piores, mas que ele estava ali usando aquilo para renovar o diálogo dele com os grandes mestres italianos, especialmente Ticiano. O assunto ali não era mais a banhista, ele não está interessado naquela mulher, mas nos efeitos da pintura da pele, como a pele aparece na pintura e como isso dialoga com grandes mestres da tradição."
No entanto, o curador não deixa de destacar a importância dos trabalhos feitos por Renoir em sua juventude: "Ele foi um grande renovador durante sua fase impressionista, estilisticamente, pela revolução que se estabeleceu em relação não só à paisagem e também em relação à própria realidade, porque trouxe a ideia de que a pintura era capaz de captar uma realidade em transformação. A paisagem era só uma desculpa, só um objeto, porque não só a paisagem se transformava com a luz, mas as cidades inteiras estavam se transformando com a Revolução Industrial."
Oliva destaca que Renoir, junto com Degas, foi o principal responsável por "criar o retrato da mulher moderna" às luzes da modernidade do século 19, e cita as obras Dama sorrindo (retrato de Alphonsine Fournaise), de 1875, Retrato da condessa de Pourtalès, de 1877, e Retrato de Marthe Bérard, de 1879, como principais exemplos desta fase entre as obras do acervo do Masp.
"Seus retratos passaram a refletir uma mudança epistemológica, uma mudança de paradigma nas sociedades, na maneira como o homem, o ser humano das cidades, os homens e mulheres das cidades, eram representados", diz.
Renoir, assim como as outras mostras de Cinco Ensaios sobre o Masp, fica em cartaz no novo edifício Pietro Maria Bardi até 3 de agosto.
Serviço
Cinco ensaios sobre o Masp - Renoir
Quando: 28/3 a 3/8
Às terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas.
Onde: Masp - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Av. Paulista, 1510 - Bela Vista); Edifício Pietro Maria Bardi, 5° andar
Agendamento on-line obrigatório pelo link: masp.org.br/ingressos
Quanto: R$ 75
