Retrospectiva de fotógrafo de guerra Don McCullin é inaugurada em Londres
De batalhas da guerra do Vietnã, a esfomeados vilarejos africanos e desamparadas ruas de Londres, o fotógrafo Don McCullin tem documentado violência, sofrimento e privação há mais de meio século.
Suas fotos levaram ao público geral a agonia de pessoas e lugares de perto e de longe. Agora com 83 anos e nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth, ele é assombrado pelo que testemunhou e prefere direcionar suas lentes a paisagens do condado rural de Somerset.
"Olhar para aquilo que os outros não aguentam ver é a minha vida como um fotógrafo de guerra", disse sobre uma retrospectiva de seu trabalho inaugurada nesta terça-feira no museu Tate de Londres, que conta com mais de 250 de suas fotos em preto e branco.
Embora suas fotos mais famosas tenham sido tiradas em guerras no Líbano, Chipre, Vietnã, Camboja, Congo e outros países, a exibição conta com diversos retratos de pessoas carentes e negligenciadas no Reino Unido.
As fotos de moradores de rua do leste de Londres na década de 1970, antes da região ser gentrificada, e de cenas desoladoras do norte da Inglaterra pós-industrial têm uma ressonância contemporânea na era da austeridade. McCullin gostaria de ser lembrado por esses trabalhos, tanto quanto por suas fotos de guerra.
"Essas são 'guerras sociais' que valem a atenção. Eu não quero encorajar as pessoas a acharem que a fotografia só é necessária pela tragédia da guerra", disse.