Romancista mais famoso da Albânia, Ismail Kadaré morre aos 88 anos
Ismail Kadaré, aclamado romancista e dramaturgo albanês que desafiou os governantes comunistas do seu país por meio da sua escrita, morreu em um hospital de Tirana após um ataque cardíaco, segundo a TV local, citando seu editor. Ele tinha 88 anos.
Kadaré, um personagem famoso da literatura albanesa e internacional, ganhou reconhecimento em 1963 quando seu romance "O General do Exército Morto" atraiu elogios de críticos literários do mundo inteiro.
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O primeiro-ministro Edi Rama homenageou Kadaré em uma mensagem no Facebook, dizendo que ele era "um monumento da cultura albanesa".
Kadaré recebeu vários prêmios globais, como o Man Booker International Prize de 2005, o prêmio Príncipe das Astúrias para as Artes em 2009, o Prêmio Jerusalém em 2015 e o Prêmio América em Literatura pelo conjunto da obra em escrita internacional em 2023.
Ele também escreveu poemas, ensaios e roteiros e foi indicado 15 vezes ao Prêmio Nobel de Literatura. Uma vez, disse que as reportagens da imprensa que o apontavam como um possível vencedor significavam que "muitas pessoas acham que eu já o ganhei".
Kadaré, que dividia o seu tempo entre a Albânia e a França, era o romancista mais famoso do país dos Balcãs e suas obras foram publicadas em 45 línguas. Ele várias vezes irritou os ex-governantes comunistas do seu país natal.
Em 1975, depois de publicar um poema satírico chamado "O Paxá Vermelho", que atacava a burocracia comunista da Albânia, Kadaré foi enviado para fazer trabalhos manuais em um vilarejo remoto na região central da Albânia.
Três dos seus livros caíram na mira dos censores albaneses e, em 1990, ele buscou asilo político na França após receber ameaças pelas suas críticas ao governo e cobranças por democracia.
No ano passado, o presidente francês, Emmanuel Macron, concedeu a ele o título de Grande Oficial da Legião de Honra.
Nascido na cidade de Gjirokaster em 1936, no então Reino da Albânia, Kadaré era filho de um funcionário dos correios e de uma dona de casa. Após a Segunda Guerra Mundial, licenciou-se em línguas e literatura na Universidade de Tirana.
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