Saiba quanto a Voepass terá que pagar para viúvo de comissária de bordo
A justiça condenou a Voepass e a Latam a pagarem pensão para o viúvo de uma das comissárias que morreu no acidente de avião em Vinhedo
O acidente com o avião da Voepass em Vinhedo, interior de São Paulo, continua sendo alvo de decisões na justiça. Desta vez, a Justiça do Trabalho definiu que a Voepass e a Latam deverão pagar uma pensão para o viúvo da comissária de bordo Débora Soper Ávila, que morreu na queda do avião.
De acordo com o site G1, a justiça definiu que a pensão deve ser no valor de R$ 4.089,97 e deve ser paga a partir de janeiro de 2025, mas sem definir o prazo para o fim do pagamento. Agora, os representantes da companhia aérea ainda possuem um recurso sobre a decisão.
Débora era casada com Marcus Vinicius e trabalhava na Voepass desde março de 2023. Em seu pedido na justiça, ele alegou que a morte da esposa causou prejuízo financeiro para a família, já que o salário dela era importante para a renda familiar.
Por enquanto, as companhias aéreas ainda não se pronunciaram.
O acidente da Voepass
As investigações sobre a queda do avião da Voepass seguem em andamento nas autoridades aéreas do Brasil. No início de setembro de 2024, quase um mês após o acidente em Vinhedo, no interior de São Paulo, que matou 62 pessoas, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgou um relatório preliminar com as informações que foram recolhidas da caixa-preta até o momento.
O relatório informou os dados factuais que já foram coletados. Estes dados mostraram que a aeronave estava certificada para voar em condições de formação de gelo, a tripulação era qualificada e tinha informações meteorológicas, houve formação de gelo severo durante o voo, a tripulação não declarou emergência e aconteceu a perda de controle durante o voo.
Além disso, o Cenipa informou que o copiloto declarou que havia bastante gelo na aeronave apenas um minuto antes da queda. Logo depois, os pilotos perderam o controle da aeronave.
Antes da queda, o avião recebeu a autorização para iniciar a curva em direção ao aeroporto. Porém, neste processo, o controle foi perdido. A aeronave virou para o lado contrário e girou cinco vezes na posição de parafuso até atingir o chão.
Durante o voo, o piloto não declarou estado de emergência em nenhum momento e a aeronave não apresentava defeitos técnicos que impossibilitassem o voo. Além disso, a caixa-preta registrou ruídos e vibrações no momento em que o controle foi perdido e um dos tripulantes informou que havia problema no sistema de degelo. "Existiram duas vezes nos gravadores de voo de voz. Em uma delas, o piloto comenta que houve falha no sistema de airframe [antigelo]. Na segunda delas, o copiloto comenta 'bastante gelo'. Foram duas vezes que foi comentado durante o voo de 1h e 10 minutos sobre o gelo", informou tenente-coronel Paulo Mendes Fróes.
Agora, a investigação seguirá com exames de materiais e testes dos equipamentos, entrevistas e análise de procedimentos operacionais e de manutenção.