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Secretário da Cultura de Bolsonaro usa frase semelhante a de Goebbels e causa reação

17 jan 2020 - 10h32
(atualizado às 11h14)
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O secretário especial da Cultura do governo Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, defendeu em um vídeo publicado no Twitter que a arte brasileira seja "heroica" e "nacional", em um discurso com trechos semelhantes a uma fala de Jospeh Goebbels, ministro da Propaganda nazista, o que causou forte reação pública nas redes sociais, incluindo de autoridades.

"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então, não será nada", disse Alvim no vídeo publicado na noite de quinta-feira.

Segundo o livro "Joseph Goebbels: Uma Biografia", de Peter Longerich, o ministro da Propaganda de Adolf Hitler afirmou, em um pronunciamento para diretores de teatro: "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada".

O vídeo de Alvim foi publicado na conta da secretaria que ele comanda e tinha por objetivo divulgar o Prêmio Nacional das Artes, lançado horas antes em uma transmissão ao vivo pela internet com a participação do próprio Bolsonaro.

O discurso do secretário provocou forte reação. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou sua conta no Twitter para afirmar que o secretário "passou de todos os limites" com a publicação. "É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo", disse.

Na manhã desta sexta-feira, Roberto Alvim usou sua conta no Facebook para fazer um esclarecimento sobre o discurso que fez. Segundo ele, a esquerda está fazendo uma "falácia de associação remota".

"Com uma coincidência retórica em uma frase sobre nacionalismo em arte, estão tentando desacreditar todo o Prêmio Nacional das Artes, que vai redefinir a Cultura brasileira... é típico dessa corja", disse.

"Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com uma frase de um discurso de Goebbels... não o citei e jamais o faria", acrescentou.

O secretário repetiu que foi uma coincidência retórica, mas disse que a "frase em si é perfeita". "Heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional", concluiu.

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