Streaming sob investigação: prisão marca operação contra esquemas de fraude
Informações são da IFPI; indivíduo gerou mais de 28 milhões de reproduções falsas
A Operação Desafinado, apoiada pela IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), juntamente com a Pró-Música Brasil e a Apdif, identificou mais de 28 milhões de reproduções falsas em serviços de streaming no Brasil nos últimos dias, como publicado na coluna do jornalista e pesquisador musical Marcelo de Assis.
O nome Desafinado, que batiza a referida operação, se refere à canção seminal da Bossa Nova, lançada originalmente em 1959 e composta por Tom Jobim (1927-1994) e Newton Mendonça (1921-1960).
De acordo com dados da IPFI, o acusado, que não teve seu nome revelado, enviou mais de 400 faixas falsas para o Spotify, gerando mais de US$ 65 mil (cerca de R$ 372 mil no câmbio atual), com a investigação encontrando evidências de "36 faixas roubadas de compositores locais por meio de grupos promocionais do WhatsApp", como reporta a instituição.
A prisão do infrator foi realizada pelo Cyber Gaeco, unidade de repressão a crimes cibernéticos do Ministério Público do Estado de Goiás.
A batalha contra crimes nos meios digitais de consumo musical não é de hoje: Em 2020, a IFPI e a Pró-Música Brasil anunciaram que haviam tomado medidas bem-sucedidas contra sites de manipulação de streaming.
As instituições já haviam realizado a mesma operação em 2021.
Streaming em foco: "Menos de 1% dos streams são manipulados", diz Apple Music
Durante a conferência Music Ally Connect realizada em Londres na última semana, o executivo da Apple Music, Bryce Mclaughlin, responsável por parcerias musicais e programas de negócios, fez uma apresentação para discutir o combate contra a fraude musical e a manipulação de streaming.
Mclaughlin explicou que o tema tem sido importante para a Apple Music, mas que eles evitam falar em público: "Este é um tópico muito importante para a indústria hoje. Não é um tópico novo para nós na Apple Music: é algo em que estamos focados há muitos anos… mas é algo sobre o qual não falamos publicamente. Vamos mudar isso hoje", disse o executivo.
"Quero tirar uma dúvida comum do caminho. Quão grande é a manipulação de stream na Apple Music? Bem, no Apple Music, menos de 1% de todos os streams são manipulados. E, de fato, esse número está bem abaixo de 1%. Geralmente fica em cerca de 0,3% dos streams globais", revelou.
Bryce Mclaughlin continuou sua apresentação explicando que o baixo número de streaming não manipulados não acontecem por "coincidência": "Isso não é por acidente ou coincidência. A manipulação de stream no Apple Music é pequena porque estamos ativamente focados nessa questão há anos", encerrou.