'Rua do Medo Parte 2' traz mais sangue, sustos e nostalgia
O segundo filme da trilogia da Netflix estreia nesta sexta-feira, 9, com mais referências a clássicos do terror e retorno ao passado
A continuação da saga de R.L Stine adaptada para a Netflix, Rua do Medo: 1978 - Parte 2, chega ao streaming nesta sexta-feira, 9, com doses extra de sangue e visual mais sombrio do que o seu antecessor. Mais uma vez a diretora Leigh Janiak consegue explorar o gênero sem se limitar a mera repetição, surpreendendo e preparando a audiência para o desfecho final da saga.
O filme aprofunda a história do mito de Shadyside, a cidade almaldiçoada pelo espírito da bruxa Sarah Fier, o que rende aos seus moradores uma vida de probreza, drogas e de tempos em tempos assassinatos sem explicação. Rua do Medo - Parte 2 começa imediamente de onde o primeiro capítulo terminou: 1994. Os adolescentes procuram C. Berman (Gillian Jacobs), a única pessoa que sobreviveu a maldição e ao massacre de 1978. Ela reluta, mas como esperado aceita contar a sua história, iniciando o mergulho ao passado da saga; num esforço de compreender o presente.
Se no primeiro longa referências a clássicos do terror como Pânico e Halloween eram evidentes, na segunda parte da trilogia é impossível não lembrar de Sexta-Feira 13. O enredo é semelhante: o massacre em um acampamento de verão onde os jovens monitores fazem sexo, usam drogas e vivem romances. A colônia de férias poderia ser chamada de Crystal Lake, mas na direção de Janiak ela ganha o nome de Camp Nightwing. O assassino mascarado com um saco de estopa na cabeça também está de volta, outra menção a um dos assassinos mais conhecidos dos filmes slasher, Jason Voorhees - que antes da tradicional máscara de hockey escondia as feições com um saco.
Lá, as irmãs Berman estão em pé de guerra. Ziggy (Sadie Sink, de Stranger Things) ressente a 'nova' personalidade certinha e alienada da irmã, Cindy (Emily Rudd). A jovem também está frustrada e irritada com os problemas familiares e a certeza de uma vida miserável, sem perspectiva de futuro, na amaldiçoada Shadyside, enquanto a sua irmã tenta forjar uma nova vida, o que inclui renegar também hábitos e amigos de um passado não tão distante. Ziggy pode ser mais jovem, mas sabe que não há como escapar da realidade. As irmãs terão de colocar os problemas de lado para sobreviver a um assasino mascarado. Ninguém está seguro no Camp Nightwing, nem mesmo as outras crianças.
Diferente dos estereotipos acionados pelos filmes de terror dos anos 70 onde os jovens mais rebeldes e sexualmente ativos seriam os primeiros a morrerem, o roteiro evita essas armadilhas. Ele também busca construir coadjuvantes mais simpáticos e embalados, desta vez, a classicos do rock dos anos 70 com destaque para (Don't Fear) The Reaper, do Blue Oyster Cult, e Cherry Bomb, The Runaways. Mas é na relação das irmãs Berman que Rua do Medo - Parte 2 ganha mais força e carisma, sustentando a história. Resta aguardar mais sete dias para descobrir se a trilogia também será encerrada com sucesso.