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TikTok: vídeos de mercenários russos superam 1 bilhão de visualizações no aplicativo

Relatório recém-publicado mostra que a rede social chinesa hospeda — e favorece com seus algoritmos — várias filmagens violentas e que glorificam o grupo paralimilitar Wagner. O TikTok garante que trabalha para retirar conteúdo violento de sua plataforma.

3 dez 2022 - 07h33
(atualizado às 08h08)
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O grupo paramilitar russo Wagner começou recentemente a recrutar homens em prisões russas para a guerra na Ucrânia
O grupo paramilitar russo Wagner começou recentemente a recrutar homens em prisões russas para a guerra na Ucrânia
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O TikTok hospeda dezenas de vídeos que glorificam a violência do grupo paramilitar russo Wagner. Estas filmagens foram vistas mais de um bilhão de vezes na rede social, de acordo com um novo relatório.

O grupo Wagner tem enviado mercenários para a Ucrânia em grande número.

A organização NewsGuard, que tem sede nos EUA e atua contra a desinformação na internet, diz que alguns dos vídeos parecem mostrar a execução de um ex-mercenário russo.

O TikTok garantiu que age contra qualquer conteúdo que viola suas políticas.

A NewsGuard disse ter identificado 160 vídeos na plataforma que "mostram, aludem a ou glorificam atos de violência" do grupo mercenário fundado por Yevgeny Prigozhin, um aliado próximo do presidente Vladimir Putin.

Quatorze desses vídeos mostraram imagens parciais ou completas do aparente assassinato do ex-mercenário russo Yevgeny Nuzhin, que teve grande engajamento dias depois de ser publicado, no mês passado.

Analistas disseram que um dos vídeos do assassinato foi visto pelo menos 900 mil vezes antes de ser retirado da plataforma. O TikTok é propriedade da empresa chinesa ByteDance.

Nuzhin cumpria pena de prisão por assassinato, mas descreveu em uma entrevista que foi recrutado pelo grupo Wagner e acabou capturado por militares ucranianos. Ele disse a jornalistas ucranianos que mudou de lado voluntariamente e denunciou o grupo mercenário.

Acredita-se que ele fez parte de um acordo de troca de prisioneiros. Em alguns dias, surgiu um vídeo horrendo mostrando o que teria sido seu assassinato a marretadas. A filmagem foi postada em um canal do Telegram ligado ao grupo Wagner, o Gray Zone.

O NewsGuard constatou que o algoritmo do TikTok parece alimentar o acesso dos usuários ao conteúdo violento do grupo Wagner.

Quando um analista buscou o termo "Wagner", a barra de pesquisas do TikTok sugeriu complementos como "execução Wagner" e "marreta Wagner". A mesma busca em russo resultou nas sugestões "Wagner PMC" (a sigla PMC, em inglês, significa companhia paramilitar) e "Wagner orquestra" — o grupo mercenário chama os seus combatentes de "músicos".

Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner
Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O NewsGuard também descobriu que outro vídeo de um assassinato, o de um desertor na Síria em 2017, atingiu milhões de visualizações no TikTok. A organização disse também ter identificado alguns vídeos que explicitamente defendiam a violência contra ucranianos — incluindo alguns pedindo que eles fossem mortos pois eram "nazistas".

Respondendo ao relatório recém-publicado, um porta-voz do TikTok disse que "não há lugar para conteúdo violento ou de ódio em nossa plataforma". Muitos dos vídeos identificados pelo NewsGuard não estavam mais disponíveis na plataforma nos primeiros dias de dezembro.

"Nossas diretrizes da comunidade descrevem claramente que não permitimos que as pessoas usem nossa plataforma para ameaçar ou incitar a violência, ou para compartilhar ataques ou calúnias com base na nacionalidade das pessoas ou em outras características. Tomaremos medidas contra o conteúdo que viole essas políticas", afirmou o representante do TikTok.

O Wagner começou como um obscuro grupo mercenário e, em 2014, foi para o leste da Ucrânia para se juntar aos esforços russos de expulsar os militares ucranianos.

O grupo também tem atuado na Síria e em vários países africanos, sendo frequentemente acusado de crimes de guerra e de abusos aos direitos humanos. Na semana passada, o Parlamento Europeu pediu que a organização paramilitar russa seja adicionada à lista de organizações terroristas da União Europeia.

Durante anos, Yevgeny Prigozhin negou que tivesse algo a ver com o grupo Wagner — até setembro, quando ele finalmente admitiu ter fundado o grupo. Uma vez conhecido como o "chefe de Putin" por conta de sua fortuna, ele apareceu em vídeos recentes recrutando detentos em prisões russas para a guerra na Ucrânia.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-63829416

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