Transtorno de Sasha Meneghel vem à tona e especialista aponta: 'Sérios prejuízos'
Transtorno de Sasha Meneghel pode afetar a vida da modelo e a levar para um quadro gravíssimo na saúde; entenda como
Recentemente, Sasha Meneghel revelou em entrevista à Forbes Brasil que se considera uma pessoa workaholic, ou seja, viciada no trabalho. Ela chegou a dizer que tem dificuldade de separar a vida pessoal da vida profissional, o que a faz se jogar 100% nas obrigações de seu trabalho. Mas você sabia que isso pode afetar de forma drástica a saúde da filha de Xuxa Meneghel? Para entender melhor essa condição, a Contigo! conversou com o psicanalista e professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clinica (ABPC), Artur Costa, e com a especialista em gestão de pessoas e CEO da Yluminarh, Ylana Miller.
O que é ser 'workaholic'?
Segundo Miller, o termo se refere a um "padrão de comportamento obsessivo em relação ao trabalho". Essa compulsão é tão grande que pode afetar a saúde, a vida social e o lazer da pessoa. "É um comportamento associado a um vício em que a pessoa não consegue parar de trabalhar. Tem relação direta com a cultura da agitação, de se sentir produzindo 24h por dia. Infelizmente, algumas sociedades e organizações ainda valorizam 'workaholismo', inclusive gerando culpa nos que não seguem esse comportamento doentio que compromete a qualidade de vida. Com o avanço da tecnologia e a possibilidade de se trabalhar em qualquer lugar é preciso ter muita atenção e estabelecer limites", explicou ela.
O que faz alguém se 'viciar' no trabalho?
De acordo com o psicanalista Artur Costa, o vício no trabalho pode ser um "mecanismo de defesa" para um grande vazio emocional, o que faz a pessoa se atirar na vida profissional em busca de validação.
"Muitos se envolvem excessivamente com o trabalho para buscar validação, evitar questões emocionais mais profundas ou suprir uma necessidade constante de realização. Fatores como pressão social, valores culturais que exaltam a produtividade, e padrões familiares que associam valor pessoal ao sucesso profissional também desempenham um papel de influência nesse quadro. Em alguns casos, pode ser uma maneira inconsciente de preencher lacunas emocionais ou escapar de conflitos internos", contou.
Saúde mental afetada
É lógico que esse comportamento obsessivo faz com que Sasha Meneghel tenha a possibilidade de desenvolver transtornos ainda maiores. Segundo Costa, os prejuízos são de natureza mental e física: "Ansiedade, estresse crônico e depressão são comuns em pessoas que colocam o trabalho como centro de suas vidas. O isolamento social e a perda de conexões significativas também são efeitos colaterais, já que o tempo e a energia se concentram exclusivamente na carreira. Além disso, a exaustão mental e física pode resultar em síndrome de burnout, uma condição de esgotamento extremo que compromete tanto a saúde emocional quanto o desempenho profissional".
Como evitar o vício?
Para Ylana Miller, a maneira mais correta de evitar a compulsão no trabalho é um bom planejamento: "Planeje seu dia a dia com uma diversidade de atividades, além das profissionais. A roda da vida gira muito melhor e com mais leveza quando estamos em equilíbrio. O workaholismo é um transtorno que merece atenção. Ainda é valorizado na sociedade e muitas pessoas nem se percebem com esse vício. Tenha atenção aos sintomas, invista em autoconhecimento e desacelere".
Tem cura?
Não é possível falar em "cura" nesta condição pois ser workaholic não é uma doença, e sim um hábito compulsivo. Porém, segundo Costa, uma pessoa com esse comportamento deve buscar ajuda profissional para evitar que problemas maiores sejam desencadeados.
"Embora o termo "cura" não seja o mais apropriado, há tratamentos eficazes para lidar com o workaholismo. A psicoterapia, especialmente a psicanálise, pode ajudar a pessoa a explorar as raízes emocionais dessa compulsão e a entender os motivos inconscientes que a levam a trabalhar excessivamente. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) também pode ser útil para desenvolver novos hábitos e formas de lidar com as demandas profissionais. Em casos mais graves, a combinação de psicoterapia com suporte médico pode ser necessária", explicou ele.