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Tribunal recusa fiança a herói de "Hotel Ruanda" em julgamento por terrorismo

17 set 2020 - 15h11
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Paul Rusesabagina, retratado como um herói em um filme de Hollywood sobre o genocídio de 1994 em Ruanda e agora sendo julgado por terrorismo, teve um pedido de fiança negado nesta quinta-feira, embora tenha prometido não fugir.

Paul Rusesabagina em tribunal de Kigali
14/09/2020 REUTERS/Jean Bizimana
Paul Rusesabagina em tribunal de Kigali 14/09/2020 REUTERS/Jean Bizimana
Foto: Reuters

Rusesabagina, que chegou a pedir uma resistência armada ao governo em um vídeo publicado no YouTube, recebeu 13 acusações em uma corte de Kigali na segunda-feira, entre elas terrorismo, cumplicidade em assassinato e envolvimento com um grupo armado irregular.

O ex-gerente de hotel de 66 anos foi retratado em "Hotel Ruanda", filme indicado ao Oscar, usando suas conexões com a elite hutu para proteger tutsis que fugiam do massacre.

Ao rejeitar o pedido de fiança de Rusesabagina, a juíza Dorothee Yankurije disse que ele enfrenta acusações graves e precisa passar 30 dias na prisão enquanto as autoridades finalizam investigações.

"Estar na prisão não impedirá Rusesabagina de receber atendimento médico", disse ela.

Rusesabagina, um cidadão belga que estava morando nos Estados Unidos, citou a saúde frágil em seu pedido, prometendo não tentar fugir de Ruanda durante o julgamento, que pode lhe render uma pena de prisão perpétua se ele for condenado.

Seus advogados disseram que ficaram descontentes com a decisão e que apelarão.

"Sua doença é uma grande preocupação", disse David Rugaza, um dos advogados, aos repórteres após a decisão.

Seu julgamento e as circunstâncias misteriosas de seu surgimento em Ruanda após anos exilado estão chamando atenção para a oposição política ao presidente Paul Kagame - a família de Rusesabagina nos EUA acusa o governo de Kagame de sequestrá-lo em Dubai, onde estava em viagem, o que autoridades de Kigali refutam.

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