Alvo da CPI, dono da emissora Rede Brasil emprega famosos
Marcos Tolentino queria criar uma programação competitiva, mas a emissora se mantém com reprises de antigos ‘enlatados’
Na lista de próximos depoentes da CPI da Covid há o nome do empresário Marcos Tolentino. “(Ele) é considerado por alguns senadores como sócio oculto do Fib Bank. O Fib Bank participou, como garantidor, das negociações da vacina Covaxin com o Ministério da Saúde”, informa o site do Senado Federal.
Advogado e jornalista, Tolentino consta como dono e presidente da Rede Brasil de Televisão, canal instalado no Planalto Paulista, zona sul de São Paulo. Teve como sócio no negócio o apresentador e deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP).
No ar desde 2007, a emissora afirma levar seu sinal a 95% do País, mas a audiência se mantém baixa. A maior parte da programação está preenchida por seriados de décadas atrás, como ‘Shazam’, ‘A Poderosa Isis’, ‘CHiPs’, ‘Jeannie é um Gênio’, ‘O Elo Perdido’, ‘A Feiticeira’, ‘Ultraman’, ‘Zorro’ e ‘O Incrível Hulk’. Cardápio apreciado por saudosistas.
A Rede Brasil produz poucos programas. Destaque para um telejornal, o ‘RB Notícias’, com a participação dos veteranos Hermano Henning (ex-Globo e SBT) e Nei Gonçalves Dias (ex-Globo, Band, RedeTV), e uma revista vespertina, ‘Tarde Top’, sob o comando de Nani Venâncio (ex-Manchete, Rede Mulher e Record) e Luciano Faccioli (ex-Record e Band). Lucimara Parisi (antiga diretora de Faustão e Ratinho) e Evê Sobral (ex-TV Gazeta) também trabalham na empresa.
Outros famosos já passaram pelo canal, como Alexandre Frota, Amanda Françozo, Netinho de Paula, Décio Piccinini e Andréia de Nóbrega. Os falecidos Major Olímpio e Fernando Vanucci também apresentaram atrações no canal.
Ainda que sem força no Ibope, a Rede Brasil dá a Marcos Tolentino status valioso junto ao meio político. Ele já recebeu figuras importantes nos estúdios, como o governador de São Paulo João Doria. Semanalmente leva ao ar um programa com notícias sobre as atividades do presidente Jair Bolsonaro.
O empresário era esperado no plenário da CPI, em Brasília, nesta quarta-feira (1). Alegou ter sido internado para tratar sequelas da covid-19. O depoimento foi adiado.