O apresentador Stanley Gusman, da TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas Gerais, se envolveu em uma polêmica e recebeu acusações de racismo por conta de um comentário feito no programa Alterosa Alerta na última terça-feira, 9.
Ao se referir ao preseidente do Ibope, Carlos Montenegro, Gusman afirmou "eu sei muita, muita coisa. Dentre elas, sei quem é o dono do Ibope. O nome do cara é Montenegro. Se ele fosse do bem, ele ia chamar 'Montebranco'".
O repórter com quem Stanley conversava ao vivo mostrou-se constrangido com a situação e disse apenas: "Nossa mãe". Na sequência, ainda entraram algumas vinhetas com sons humorísticos, como uma voz gritando "uepa!", além de um som de bateria, conhecido por ser tocado após uma piada.
A fala gerou revolta nas redes sociais e também uma nota de repúdio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, que afirmou que "espera que o caso seja devidamente apurado e responsabilizado" e "considera grave e inaceitável a ofensa de conotação racial veiculada em programa da TV Alterosa" ( para ler a íntegra).
O E+ entrou em contato com a TV Alterosa, pedindo um posicionamento sobre o fato, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Uma funcionária, porém, informou, por telefone, que houve uma "retratação" feita durante o Alterosa Alerta exibido nesta quarta-feira, 10.
Segundo o jornal O Tempo, Stanley afirmou: "Eu preciso me manifestar sobre o erro que cometi ao comentar o resultado da audiência no início do programa de ontem. Peço humildemente desculpas a quem eu tenha ofendido, estou extremamente constrangido e o episódio tem me feito refletir muito".
Confira abaixo algumas reações ao comentário de Stanley Gusman nas redes sociais:
E esta fala no mínimo infeliz, aaah, infeliz é o CRLH.
Né por nada não, mas na piada ruim que o cara fez ele associou o *MonteNegro* como uma coisa obscura, uma coisa do mal, ele fez a piada tão na inocência que em nem um momento ele relacionou o negro da palavra a cor de pele, ele simplesmente quis dizer uma coisa obscura..
Crianças provam que ninguém nasce racista - Confira seis histórias de crianças que, com ingenuidade, nos ensinaram que ninguém nasce racista. Elas dão lições de aceitação, amizade e respeito.
Foto: Instagram/ @gio_ewbank / Estadão
Jax e Reddy - Jax tem cinco anos e é branco e Reddy, seu amigo, tem a mesma idade e é negro. A mãe de Jax contou, no Facebook, que seu filho resolveu cortar o cabelo igual ao do amigo, para que a professora confundisse os dois. "A única diferença que Jax vê entre os dois é o cabelo", disse a mãe, Lydia Stith Rosebush, na rede social. "Se isso não é uma prova que ódio e preconceito é algo que é ensinado, eu não sei o que é", afirmou ela. Veja aqui o resultado do corte de cabelo.
Foto: Facebook/ @lydia.rosebush / Estadão
Jia Sarnicola e Zuri Copeland - Jia e Zuri nasceram com apenas dois dias de diferença uma da outra e, por isso, se consideram gêmeas. E que ninguém diga o contrário. Quando duas colegas afirmaram que elas "nunca poderam ser gêmeas" porque não têm a mesma cor de pele, Jia começou a chorar e disse: "Você não sabe de nada, nós somos gêmeas porque temos o mesmo aniversário!" Leia a história completa.
Foto: Imagem cedida por Victoria Williams - Twitter/ @vickto_willy / Estadão
Sophia - Sophia tinha apenas dois anos de idade quando foi a uma loja de brinquedos com sua mãe para escolher um presente. Como o sonho da pequena é ser médica, ela logo se apaixonou por uma boneca com essa profissão. "Ela adora fazer exames, e se você vier em casa, ela dirá que essa é a primeira coisa que você precisa", disse a mãe da garota, Bradi Benner, em entrevista à CNN. Na hora de passar no caixa, a atendente perguntou se a boneca era para outra pessoa e disse À garota: "Ela não parece com você. Nós temos várias outras bonecas que parecem mais com você". A menina discordou. "Claro que parece. Ela é uma médica, eu sou uma médica. Ela é bonita, eu sou bonita. Você vê o lindo cabelo dela? E o estetoscópio?" Confira a história aqui.
Foto: Instagram/ @leilani324 / Estadão
Elis - Elis, de apenas quatro anos de idade, precisou explicar para os adultos que - pasme - algumas pessoas nascem com o cabelo crespo. "Isso não é peruca, é meu cabelo. Eu sei que não é peruca é meu cabelo. Meu cabelo já nasceu assim e minha mãe já botou para o alto. Eu não uso creme, só uso creme que ele fica para o alto. Não tenho cabelo liso. Eu já nasci assim e não é peruca. O tanto que eu já falei que não é peruca, meu cabelo não é liso e eu sou preta", disse a garotinha em um vídeo postado pela mãe, Renata Morais, no Facebook. Assista aqui.
Foto: Facebook/ @RenatynhaSMG / Estadão
Alicia - A atriz Samara Felippo mostrou que é preciso conversar com as ciranças sobre aceitação. Alícia é fliha da atriz com o jogador de basquete Leandro Barbosa, que é negro. A garota tem os cabelos crespos e estava sofrendo com a pressão para alisá-los ou usar "um produtinho" para diminuir o volume. "Alícia mesmo num momento de crise me confessou a pouca representatividade na escola, na sala de aula, nas propagandas, nos brinquedos", contou Samara. Depois de uma boa conversa e muita pesquisa da mãe, a garota saiu do salão feliz com seu novo corte de cabelo, ainda natural. Veja o vídeo aqui.
Foto: Instagram/ @sfelippo / Estadão
Titi Gagliasso - Rainha do Instagram, Titi Gagliasso também deu uma lição de representatividade. Giovanna Ewbank publicou na rede social uma foto das bonecas preferidas da filha: "Titi de pano, outra Titi de pano (obrigada pelo carinho de quem as fez tão lindas e nos enviou, ela AMA) e Elza", escreveu a atriz. Além delas, a pequena também gosta da princesa Tiana, a única negra entre as princesas Disney. "Só faltou a princesa Tiana (que esta molhada dentro da banheira) pra completar o time, rsrsrs!" Leia mais aqui.