A bela oração cantada a Paulo Gustavo na hora da morte
Hino atribuído a São Francisco de Assis já foi gravado por vários artistas brasileiros
No domingo (9), o ‘Fantástico’ dedicou os primeiros 20 minutos a uma homenagem a Paulo Gustavo, morto aos 42 anos por complicações da covid-19. Um dos momentos mais emocionantes foi o relato dos últimos segundos de vida do artista, no leito de UTI, nas palavras de sua mãe e inspiradora, dona Déa Lúcia.
“Juliana (a irmã de Paulo) segurando uma mãozinha dele; eu, na outra (mão); o Thales (marido do ator) no pé; Júlio (o pai) fazendo carinho na cabeça; e eu chamei Penha (a madrasta) e falei: ‘Vem cá, Penha, segura aqui comigo porque você também participou da vida dele’”, contou, em lágrimas, dona Déa.
“Aí cantamos a oração de São Francisco, porque ele pedia, desde pequeno, para eu cantar e eu cantava. (Os batimentos cardíacos) foram diminuindo, diminuindo, diminuindo...” Seu Júlio complementou a narrativa: “A frequência (cardíaca) foi caindo, caindo, caindo até ficar piscando igual”, relembrou. “E pronto”, disse a mãe.
“Durante a oração...”, comentou a repórter Renata Ceribelli. “Durante a coração. Aí fechamos a cortina e saímos”, revelou o pai do artista. “Foi uma despedida bonita”, concluiu dona Déa, resiliente. “Ele fez o Brasil rir, fez o Brasil orar, fez o Brasil chorar”, disse, comovida, a ‘mãedrasta’, conforme o ator se referia a dona Penha.
Chamada também de ‘Oração da Paz’, a ‘Oração de São Francisco’ tem autoria atribuída a São Francisco de Assis, o frade nascido em Assis, na Itália, em 1181, e que morreu aos 44 anos, enfraquecido por algumas enfermidades. Tornou-se famoso pela defesa dos animais e do meio ambiente.
A oração cantada pelos parentes na despedida a Paulo Gustavo, quando já havia a confirmação da morte cerebral do ator, foi gravada por vários artistas brasileiros de diferentes gêneros musicais. Entre eles, Maria Bethânia, Fagner, Luan Santana, Joanna e Marcelo Falcão.
“Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!
Amém”