Academia do Oscar dá recado à Netflix: Aqui não, queridinha
Votantes não concedem o principal prêmio de Hollywood ao filme de streaming Roma
No domingo (24), o diretor mexicano Alfonso Cuarón saiu do Teatro Dolby com três estatuetas douradas por Roma: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia e Melhor Direção. Foi um triunfo em sua carreira, mas faltou o prêmio principal.
A Academia foi contra a expectativa geral e não deu o Oscar de Melhor Filme à aclamada produção em preto e branco financiada pela gigante do streaming Netflix.
O vencedor foi o politicamente correto Green Book, lançado pela tradicionalíssima Universal Pictures.
Foi uma mensagem política: ‘ok, Netflix, aceitamos você na nossa festa, mas não deixaremos de premiar os longas feitos para as telonas’.
Com campanha de divulgação de 30 milhões de dólares (cerca de 110 milhões de reais), Roma foi exibido em alguns cinemas norte-americanos quando já estava disponível aos assinantes do serviço apenas para se enquadrar nos critérios de elegibilidade do Oscar.
Aos olhos da maioria dos membros da Academia, a produção representa a ameaça ao hábito de sair de casa para assistir a um filme numa tela grande — e, consequentemente, os milhões que os estúdios deixariam de faturar.
Consagrar Roma com o principal Oscar fortaleceria a imagem dos serviços de streaming. A Academia passa por transformações para se modernizar, porém, em algumas questões, prefere se manter conservadora.
O modelo aceitável para a instituição é o da Amazon, que lança os filmes no cinema e, somente semanas ou meses depois, insere os longas no seu serviço Prime.
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