Ana Maria Nascimento e Silva: belo rosto e voz imponente
Coadjuvante em novelas, atriz de 65 anos morreu em consequência de um câncer
Olhos de azul intenso, cabelos louros e brilhosos, sorriso largo, voz forte e porte aristocrático.
Sempre que Ana Maria Nascimento e Silva surgia na tela, chamava a atenção e chegava a ofuscar os protagonistas com quem contracenava.
Nunca foi uma estrela da TV, mas soube marcar presença a cada trabalho na teledramaturgia. O impacto inicial de sua beleza revelava, a seguir, uma atriz de elevada expressividade.
Estreou em novelas na trama de época ‘Nina’, em 1977, na Globo. Esteve no elenco de outros sucessos da emissora, como ‘Jogo da Vida’ (1985), ‘O Salvador da Pátria’ (1989) e ‘Quatro por Quatro’ (1994).
Nas telonas, foi vista em mais de vinte longas. Entre eles, ‘A Força de Xangô’ (1978), de Iberê Cavalcanti, e ‘A Terceira Margem do Rio’ (1994), de Nelson Pereira dos Santos.
A última aparição diante das câmeras foi na novela ‘Jamais Te Esquecerei’, do SBT, há quatorze anos. Paralelamente à atuação, Ana Maria trabalhou como produtora de cinema e apresentadora.
Comandou um programa de entrevistas na CNT e fez parte do time de jurados de calouros do ‘Cassino do Chacrinha’.
Era filha do empresário grego Harry Anastassiadi, ex-presidente da Fox Film para a América Latina, e foi casada com o cineasta Paulo César Saraceni.
Após os 50 anos, Ana Maria preferiu o ofício nada glamouroso dos bastidores do que a exposição midiática proporcionada pelas telenovelas.
Politizada e ativista das artes, foi secretária de cultura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e criadora do Paracine (Festival de Cinema de Paraty), cidade no litoral do Estado do Rio.