Ator de As Branquelas surge 'cool' em filme de Sofia Coppola
Marlon Wayans interpreta o marido quase perfeito da protagonista de 'On The Rocks'
Comédia trash, As Branquelas tornou Marlon Wayans mundialmente famoso ao lado do irmão Shawn Wayans. Juntos, os dois já haviam protagonizado a série Dupla do Barulho e repetiram a parceria em outras produções, como no igualmente tosco O Pequenino. Agora, o ator de 48 anos se reinventa diante das câmeras em papel sóbrio no novo filme de Sofia Coppola, On The Rocks, sua primeira produção para a Apple TV+. A estreia será em outubro.
Na trama criada e escrita pela própria cineasta, Laura (Rashida Jones) recebe a ajuda do pai, Felix, um velho playboy interpretado por Bill Murray, para descobrir se o marido dela está sendo infiel. Os dois vão percorrer a Nova York pré-pandemia e mergulhar em si próprios enquanto buscam a tal verdade. Marlon Wayans vive Dean, o companheiro quase perfeito, porém cada vez mais distante da esposa.
Esqueça a atuação bufônica que popularizou o ator no cinema. Desta vez ele exibe performance naturalista, ao estilo do método Stanislavski. O personagem parece um homem comum, e aí está a graça da composição. Marlon mostra ser capaz de transmitir verossimilhança ao incorporar um americano típico, dividido entre a família e o trabalho. Interessante ver o ator fora daquele estereótipo do negro comediante que tenta fazer graça a qualquer preço. "Muito orgulhoso de estar nesse filme", escreveu o artista em seu perfil no Instagram. "É doce, bonito, divertido."
O clima intimista e o humor agridoce presentes em On The Rocks lembram o maior sucesso de crítica de Sofia Coppola, Encontros e Desencontros, de 2003. A cineasta ganhou o Oscar de Melhor Roteiro com a história da interação poética (e levemente triste) entre um ator entediado (Bob/Bill Murray) e uma jovem tentando descobrir seu lugar no mundo (Charlotte/Scarlett Johansson) no meio do caos tecnológico de Tóquio.
Uma comédia despretensiosa com pitadas de reflexão e jocosidade como On The Rocks, ambientada em um mundo sem covid-19, é tudo o que precisamos nesses tempos de tanta melancolia, pessimismo e introspecção.