Boris Casoy pode se reinventar como âncora na RedeTV!
Boris Casoy já foi o âncora mais influente da televisão brasileira. Aliás, o termo âncora ganhou força justamente com ele, durante os 10 anos em que comandou o TJ Brasil, no SBT.
Sozinho na bancada, interagindo com a câmera durante os comentários improvisados, ele popularizou o bordão 'Isso é uma vergonha'.
Numa época na qual o Jornal Nacional ainda era conservador no formato e na pauta, o 'jornal do Boris' - era assim que a maioria dos telespectadores se referia ao jornalístico - inovava com um pouco de informalidade e dose generosa de incisividade.
As críticas e ironias de Boris, principalmente em relação aos malfeitos de governos e empresas em prejuízo da população, repercutiam não apenas entre a audiência do TJ, mas também nos jornais e revistas.
Os grandes portais de notícias ainda nem existiam, assim como as redes sociais. Os telejornais eram a única fonte de informação de milhões de brasileiros. O ponto de vista de um âncora com credibilidade influenciava bastante a audiência.
No Jornal da Record (1997-2005), no Telejornal do Brasil (2007), da extinta TVJB, e no Jornal da Noite (2008-2016), da Band, o jornalista manteve o estilo que fez escola, sem o mesmo impacto.
Nos últimos oito anos, o apresentador entrava no ar sempre depois da meia-noite. Um horário difícil de atrair público e reverberar conteúdo.
De janeiro a setembro, o Jornal da Noite registrou média de 1.3 ponto no Ibope. Esse índice representa cerca de 250 mil telespectadores na região metropolitana de São Paulo.
Agora, ao chegar à RedeTV!, Boris Casoy pode ter a oportunidade de trabalhar numa faixa horária melhor, com mais espaço e liberdade, e reviver a boa fase de comentários. Não faltará matéria-prima política e econômica.
Aos 75 anos, ele é o âncora mais velho entre os atuais apresentadores de telejornal. Interessante vê-lo se reinventar de tempos em tempos. Seu entusiasmo pelo jornalismo parece rejuvenescer.