Casa do desânimo: maioria que entra no ‘BBB’ se deprime
Longo e monótono, reality show não consegue manter a animação dos brothers
Tsé-tsé, a temida mosca do sono, deve ter feito um ninho na casa do ‘Big Brother Brasil 18’. Uma sonolência generalizada contaminou os sobreviventes no jogo.
Aliás, não é um fenômeno recente. Outras edições padeceram do mesmo problema: participantes apáticos numa disputa com pouca ação e quase nenhuma surpresa.
A atual temporada possui mais concorrentes cerebrais e introspectivos do que verborrágicos e barraqueiros. Resultado: pouco material interessante para exibir.
A esta altura do programa, há dois meses no ar, aquela euforia dos primeiros dias, com hormônios em ebulição, deu lugar ao marasmo.
Alguns competidores demonstram até sintomas de depressão. O experimento do confinamento prolongado – às vezes com pouca comida e excesso de tempo ocioso – mexe com a saúde mental de qualquer um.
Eliminados, os ‘vilões’ Patrícia e Diego fazem falta. A provável saída do resmungão e desagregador Caruso no Paredão desta terça-feira (27), conforme resultados parciais de enquetes na internet, deve deixar o ambiente ainda mais amistoso – e enfadonho.
A Globo dispõe de equipe e estrutura para fazer uma atração dinâmica, capaz de surpreender a cada episódio.
Inexplicavelmente, a direção do ‘BBB’ prefere deixar a temperatura do programa ser determinada apenas por quem está na casa.
Falta uma intervenção mais ativa e criativa para incendiar o programa de tempos em tempos a fim de reanimar brothers, sisters e telespectadores.
Até um reality show com suporte infinitamente menor, como o ‘Are You the One? Brasil’, da MTV, consegue ser mais empolgante.
O ponto positivo do ‘BBB18’ é Tiago Leifert. Ele se expõe mais do que Pedro Bial. Não é apenas apresentador, virou um provocador. Como um típico ‘gamer’, quer interagir.
Há quem reprove suas eventuais interferências. Se for para incendiar a casa, quanto mais se meter no jogo, melhor.