"Cinema é o que sou", diz Rodrigo Teixeira, do filme A Bruxa
Produtor é o primeiro brasileiro premiado no Independent Spirit, o Oscar do cinema independente
No sábado (25), o brasileiro Rodrigo Teixeira, da RT Features, de São Paulo, viveu um momento especial na carreira: o longa ‘A Bruxa’, produzido por ele e visto por quase 1 milhão de espectadores brasileiros, foi premiado como Melhor Filme de Estreia e Melhor Roteiro de Estreia no Independent Spirit Awards, o Oscar das produções com orçamento abaixo de 20 milhões de dólares.
Teixeira é o primeiro brasileiro premiado no Spirit. No mercado cinematográfico desde 2000, sua empresa já levou para as telas filmes brasileiros como ‘Tim Maia’, ‘Alemão’ e ‘O Cheiro do Ralo’, e elogiadas produções internacionais como ‘Frances Ha’ e ‘O Amor é Estranho’. Para a TV, produziu as séries ‘O Hipnotizador’ (HBO) e ‘Amor em Quatro Atos’ (Globo).
De Los Angeles, Rodrigo Teixeira conversou com o ‘Sala de TV’ do Terra a respeito da ascensão de sua produtora no exterior e revelou as inspirações como produtor.
Como se envolveu com ‘A Bruxa’?
O projeto chegou até mim no laboratório do Festival de Sundance. Havia um argumento, não um roteiro. Quando li, fiquei fascinado e com muita vontade de fazer o filme. Todas as referências mexeram bastante comigo. Esse universo de horror era algo inédito para mim, nunca tinha pensado em fazer nada do gênero. Procurei o diretor e o produtor que já estavam no projeto. Eles explicaram que ninguém queria entrar por ser arriscado, pelo filme ser falado no inglês do século 17, provavelmente teria legendas. Eu disse ‘quero fazer, estou dentro’, e aí o projeto foi para frente.
Como avalia a atuação internacional da RT Features?
Está num ponto maduro no mercado americano. Algo que buscamos muito. Eu e minha equipe, os produtores que trabalham nesse lado internacional, Lourenço Sant´Anna e Sofie Mas, conseguimos conquistar um espaço. Chegamos onde eu gostaria. Tombando, levantando, aprendendo. É apaixonante trabalhar nesse mercado industrial, que dá valor à falha e à vitória de uma maneira diferente. Vivemos um momento inspirador. O início de 2017 tem sido incrível, não podemos reclamar.
Quais os seus critérios para investir num projeto?
Tenho interesse de produzir os filmes que eu gostaria de ver. Um mix do que gostaria de assistir com intuição. Isso faz parte do meu dia a dia há tanto tempo, já é algo natural. Penso, raciocino, estudo. O cinema se incorporou, está dentro do meu sangue. É o que eu sei, o que eu sou.