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Ellen DeGeneres ironiza os homofóbicos que a tiraram da TV

Na Netflix, apresentadora revela dramas pessoais e o preço de ter sido precursora entre artistas assumidamente gays

27 dez 2018 - 11h44
(atualizado às 11h44)
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Na produção original Bem Relacionada, disponível na Netflix, Ellen DeGeneres relata em detalhes o terror vivido após se declarar lésbica na TV.

Atenção: este texto contém spoilers.

Foi uma metáfora num sonho que fez Ellen DeGeneres sair do armário. Todos ao seu redor, especialmente aqueles que ganhavam dinheiro às custas dela, tentaram desestimulá-la a se abrir para o público. Inútil.

Em 1997, Ellen estrelava uma produção com seu nome no canal ABC. Era uma estrela em ascensão.

Aos 60 anos, Ellen DeGeneres exibe a nobre capacidade de rir das próprias desgraças
Aos 60 anos, Ellen DeGeneres exibe a nobre capacidade de rir das próprias desgraças
Foto: Divulgação/Netflix

Na quarta temporada, a pedido da atriz, os roteiristas fizeram sua personagem contar ser lésbica, revelando também a orientação sexual de sua própria intérprete.

“Por um instante, a reação parecia estar sendo boa e eu pensei que todos que estavam no armário em Hollywood sairia depois de mim”, diz ela, trocista.

Mas o outing teve uma consequência dramática: “Perdi minha série quando me assumi”.

Vários patrocinadores cancelaram participação no programa, o boicote de telespectadores conservadores resultou em queda de audiência e houve até ameaça de bomba ao canal de TV. Ellen foi tirada do ar.

“Quem me adorava passou a me odiar do dia para a noite”, conta a comediante. “Só porque descobriram que eu era gay.”

Ela ficou três anos longe dos estúdios. Até que a convidaram para comandar um talk show.

O recomeço não foi fácil. A resistência dos anunciantes e do público demorou a perder força. “Passei a dar prêmios na TV; as pessoas gostam disso”, satiriza DeGeneres.

Diante da plateia de um teatro em Seattle, a apresentadora e humorista transforma em piada a dor emocional que sentiu – e usa a inteligência para derrotar os homofóbicos do passado e do presente.

Durante pouco mais de 50 minutos, Ellen suscita risos ao abordar outras questões, como o preconceito contra veganos e a formalidade excessiva nos restaurantes caros.

Alguns dos melhores momentos são quando ela brinca com o próprio esnobismo por ser uma artista milionária com estilo de vida muito acima dos hábitos dos pobres mortais.

Trata-se de autodeboche de quem teve origem pobre e hoje ganha o equivalente a 300 milhões de reais por ano apenas de salário.

Em seu primeiro stand up depois de 15 anos, Ellen DeGeneres mostra ainda ter total domínio de palco.

Possui ritmo próprio, sem ansiedade de fazer rir a todo instante. Seu humor é universal, ao contrário do repertório de comediantes que fazem anedotas compreensíveis apenas a norte-americanos.

Ainda na Netflix há outro show de humor imperdível também de uma estrela lésbica: Nanette, com Hannah Gadsby.

Com discurso politizado sem jamais perder a graça, a australiana expõe sua trajetória de superação como mulher e artista.

Hannah apresenta semelhanças com Ellen, especialmente no sofrimento de encarar uma sociedade preconceituosa para conseguir o básico: ser respeitado pelo que se é.

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