Em 2017, TV deu um recado à internet: eu ainda sou influente
Boa parte do conteúdo repercutido em sites e redes sociais sai da boa e velha televisão
Novelas, ‘Big Brother Brasil’, destaques dos telejornais, ‘MasterChef Brasil’, manchetes de programas de fofocas, imagens de transmissões de futebol, entrevistas reveladoras...
O que seria dos principais portais de notícias do País e de redes sociais como o Facebook sem o material gerado pelas emissoras de TV?
A internet se alimenta daquilo que é produzido por Globo, RecordTV, SBT, Band, RedeTV! e demais canais abertos e de sinal fechado.
Não dá para imaginar a web sem o substancioso conteúdo visualizado diariamente nos mais de 200 milhões de aparelhos de TV existentes no Brasil – um para cada habitante.
A teoria de que a internet iria ‘matar’ a televisão se mostra ingênua. Até porque o alcance da internet ainda está longe de superar o da TV.
De acordo com o NIC.br, braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 61% dos habitantes com mais de 10 anos têm acesso à internet.
Em relação aos domicílios, 54% possuem conexão; o IBGE tem outro índice: 63%. Já a televisão está presente em 97% das casas brasileiras. Alguma dúvida de que o poder de influência da TV ainda é imensurável?
Alguns detratores recorrem a um argumento frágil – as redes sociais elegeram Barack Obama nos Estados Unidos – na tentativa de desqualificá-lo enquanto maior veículo de massa.
Obviamente, a mobilização online é cada vez maior, mas, no Brasil, a força da TV ainda sobrepõe à da internet no caso de uma eleição, por exemplo.
Prova disso são as negociações ideologicamente promíscuas que a maioria dos partidos faz na ânsia de ter mais tempo na propaganda eleitoral obrigatória exibida em horário nobre para milhões de telespectadores.
Os políticos usam a TV para promover as próprias biografias e desconstruir os oponentes. Sem a televisão, o que seria das campanhas? Ninguém se elege apenas com posts patrocinados e o uso de ‘fake news’.
Em 2016, o telejornalismo foi destaque absoluto. Já este ano a teledramaturgia reagiu.
Novelas como ‘A Força do Querer’ e ‘O Outro Lado do Paraíso’ bateram recordes de audiência e suscitaram discussões na sociedade, amplamente ecoadas nas redes sociais.
Falou-se de transexualidade, homofobia, glamourização do crime, vício em jogo, violência doméstica e outros temas relevantes pouco abordados nas conversas em família e nas escolas.
Criticada e desprezada por tantos, a TV é necessária por ser um espelho do que é o Brasil. Seja por meio do jornalismo ou das obras de ficção, o veículo nos faz encarar a realidade de um País complexo.
A gente se vê no melhor e no pior exibido na tela. Enquanto isso, as redes sociais são contaminadas por ações extremas: milhões de internautas produzem vidas absolutamente falsas, a fim de impressionar os seguidores, ou disseminam ódio e preconceitos.
Não há dúvida: a internet é o presente e o futuro. Mas pode-se afirmar que não vai destruir a televisão tão cedo.