Escândalo do dedão chupado expôs rainha a um vexame mundial
Flagra de um paparazzi deixou Elizabeth II com raiva da ex-nora Sarah Ferguson e fez o mundo rir da família real britânica
No dia 20 de agosto de 1992, a rainha, seu marido, filhos e netos estavam reunidos no Castelo de Balmoral, na Escócia, para aproveitar o verão no hemisfério norte. Nas primeiras horas daquela manhã, a princesa Diana enviou de lá uma mensagem ao pager do jornalista Richard Kay, especialista em assuntos da família real britânica. “A ruiva está encrencada”, avisou.
Poucas horas depois, o Reino Unido assistia atônito a um dos maiores escândalos da monarquia. A tal ruiva era Sarah Ferguson, que cinco meses antes havia se separado do príncipe Andrew, terceiro filho da rainha. A capa do tabloide ‘The Mirror’ trazia uma foto da duquesa de York com os dedos de um pé na boca de um homem descamisado, em uma vila particular em Saint-Tropez, na Riviera Francesa.
A manchete deve ter feito Elizabeth corar de constrangimento: ‘Fergie Toe-Job’. Fergie é o apelido de Sarah. Toe-job, uma expressão usada para práticas sexuais ou fetichistas utilizando os dedos dos pés. Assim que foi avisada da ‘bomba’, a ex-nora da soberana pegou as filhas Beatrice e Eugenie e partiu às pressas de Balmoral antes que a rainha visse o jornal.
Ao chegar em sua casa, nos arredores de Londres, Sarah foi recepcionada por dezenas de repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e curiosos. O ‘escândalo do dedão chupado’ havia estourado, todos já sabiam das fotos. A família real estava, mais uma vez, exposta ao ridículo na imprensa sensacionalista. Pelos códigos morais da realeza, Sarah não poderia estar com outro homem — muito menos se deixar flagrar em situação tão íntima — antes de assinar o divórcio do príncipe Andrew.
Naquela época, a rainha Elizabeth verificava todos os grandes jornais logo após o café da manhã. Não apenas para se manter bem-informada, como também para descobrir o que os membros de seu clã faziam pelas suas costas. Ao se deparar com as fotos da ex-nora com um pé na boca do milionário texano John Bryan, a soberana quase teve indigestão.
Mas o que era ruim ficaria pior: as edições seguintes do ‘The Mirror’ trouxeram novas fotos. Bryan aparecia deitado sobre Sarah, e a duquesa fazendo topless. Elizabeth precisou tomar muito chá para se acalmar. “A rainha e o príncipe Philip jamais perdoaram Sarah por aquelas fotos”, afirmou o tabloide ‘Express’. A ‘ruiva’, como dizia Diana, foi banida dos principais eventos dos Windsors.
Em 1996, a oficialização do fim do casamento com Andrew a fez perder o tratamento de ‘Sua Alteza Real’. A rainha também queria tirar seu título de duquesa, mas Andrew interferiu em favor da ex-mulher, de quem continuou amigo, e Elizabeth manteve a honraria à mãe de suas netas. Mas, se vier a casar de novo, Sarah perderá o status nobiliárquico.
O pivô do ‘escândalo do dedão chupado’, John Bryan, nunca se conformou com o vexame internacional. Ele reclamou a um jornalista: “Eu não estava chupando os dedos dela, estava só beijando”. Anos depois, Sarah Ferguson comentou com um amigo a respeito do escarcéu. “Ele estava só colocando o chinelo no meu pé, brincando que eu era a Cinderela”, explicou. Hoje, aos 61 anos, a duquesa de York se dedica a causas sociais e faz vídeos caseiros contando histórias infantis no Instagram.