“Eu me amo”, diz vencedora de concurso ‘gordinha sexy’ na TV
Andrea Boschim analisa a visibilidade na mídia de mulheres fora do padrão magro.
Em 2006, o então apresentador Márcio Garcia lançou no programa ‘O Melhor do Brasil’, na Record, uma competição para eleger ‘a gordinha mais sexy’ do País. Após derrotar dez concorrentes, a terapeuta ocupacional Andrea Boschim foi declarada campeã. A fama instantânea na TV impulsionou a carreira de modelo plus size iniciada quatro anos antes após a vitória em outro concurso de beleza para gordinhas.
Desde então, ela posou para dezenas de campanhas publicitárias, desfilou em eventos como o ‘Mulheres Reais Fashion Show’ e passou a participar de pautas de moda em programas como ‘Tudo a Ver’, da Record, ‘Mulheres’ e ‘Todo Seu’, da TV Gazeta, e ‘A Tarde é Show’, da Rede Brasil.
O blog acompanhou Andrea Boschim numa sessão de fotos para um editorial de moda da grife Magnólia Lingerie no i9 Hair & Spa, do hairstylist Patti Lima, nos Jardins, em São Paulo.
Entre cliques e trocas de looks, a modelo disse que famosas como Fabiana Karla, Cacau Protásio e Preta Gil representam positivamente as brasileiras acima do peso.
“São mulheres que fazem o que amam e quebram paradigmas excludentes que a sociedade ainda impõe. Antes, as gordinhas nunca eram escaladas para papéis de destaque na TV. Ou ficavam escondidas, sempre coadjuvantes”, observa Andrea.
“Agora elas têm mais espaço na teledramaturgia, na moda, na música e na mídia em geral. Essas gordinhas famosas representam milhões de brasileiras. Elas ajudam a mostrar que somos bonitas, inteligentes, talentosas, sensuais. O sobrepeso é apenas um detalhe.”
Mas a modelo, hoje com 40 anos, critica a maneira estereotipada com que a mulher gorda foi mostrada em várias novelas.
“Uma atriz gorda, se for competente, pode interpretar a mocinha, a vilã, ser médica, professora, milionária, fazer drama, enfim, qualquer personagem; não deve ser colocada apenas no papel da engraçada ou da vítima de bullying que vira modelo no último capítulo”, analisa Boschim.
A modelo espera um dia ver uma atriz com sobrepeso protagonizando um folhetim da Globo: “Eu me amo do jeito que sou, assim como tantas outras mulheres fora do padrão irreal valorizado na mídia. A televisão precisa entender isso e dar mais espaço a quem representa boa parte de suas telespectadoras”.
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