Fora da TV, Rafael Miguel queria brilhar na comédia stand-up
Ator carismático morreu antes de conseguir as oportunidades que merecia na teledramaturgia
A ficção de horror não tem dado conta de retratar a intensa brutalidade da vida real.
O assassinato do ator Rafael Miguel, de 22 anos, entra para a crônica policial como um caso ainda mais assustador do que estamos – infelizmente – acostumados a ver.
Alvejado junto com os pais, diante da casa da namorada, ele ganhou a indigna fama póstuma.
Seu personagem mais popular na TV foi o Paçoca de Chiquititas, em 2013. Antes, participara de outros trabalhos no SBT e na Globo.
O talento e o magnetismo de Rafael o projetaram em 2004, aos 8 anos, quando estrelou o comercial de um complemento nutricional.
Seu personagem tinha um chilique no supermercado ao pedir para a mãe comprar brócolis.
Nos últimos anos de vida, ele estava afastado da TV. Não conseguiu emplacar uma sequência de trabalhos.
Como se sabe, não basta ter o dom e a aptidão. Conquistar espaço na teledramaturgia exige cultivar contatos, aplicar o marketing pessoal e dose generosa de sorte.
Rafael Miguel morreu sem ter conquistado o espaço merecido diante das câmeras.
Em outubro de 2018, ele se lançou no gênero comédia stand-up.
Compartilhou numa rede social o entusiasmo com a nova fase de sua carreira artística.
Era um recomeço. A oportunidade de fazer o que tanto gostava: atuar e interagir com o público.
Nas redes sociais, as incontáveis manifestações de pesar postadas por amigos, artistas e fãs mostram como o rapaz era querido e admirado.
Hoje, todas as emissoras de TV noticiam seu assassinato. Uma morte estúpida que interrompeu uma vida com muitos sonhos.