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Franz Vacek faz RedeTV! superar a Globo no YouTube

Superintendente de Jornalismo acredita que tecnologia na web pode gerar audiência na TV

29 mar 2018 - 15h56
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Na guerra ponto a ponto no Ibope, a RedeTV!, caçula entre as maiores redes de TV do Brasil, ainda está distante da líder Globo.

Mas, no YouTube, a emissora paulista derrota com facilidade a toda poderosa concorrente carioca.

De acordo com dados disponíveis na própria plataforma de vídeos, a RedeTV! tem 1 milhão e 840 mil inscritos, enquanto a Globo está com 1 milhão e 270 mil.

O número de visualizações amplia ainda mais a vantagem do canal de Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho em relação à empresa da família Marinho: 1 bilhão e 196 milhões de ‘views’ contra 446 milhões.

Franz Vacek, superintendente de Jornalismo e Esportes da RedeTV!: “Comemoro quando nosso portal ‘fura’ a televisão em uma notícia exclusiva”
Franz Vacek, superintendente de Jornalismo e Esportes da RedeTV!: “Comemoro quando nosso portal ‘fura’ a televisão em uma notícia exclusiva”
Foto: RedeTV! / Divulgação

Qual a explicação para desempenho tão surpreendente?

O blog consultou o superintendente de Jornalismo e Esportes da RedeTV!, Franz Vacek, responsável pela revolução online da emissora, para entender esse fenômeno.

Blog Sala de TV: Como a RedeTV! tem performance tão positiva no YouTube?

Franz Vacek: É uma combinação de investimento em publicações e número crescente de inscritos no canal. Nosso público acessa, em sua maioria, os conteúdos exibidos pelo João Kléber e o TV Fama, mas também notamos aumento nos acessos do conteúdo de jornalismo da emissora. O renomado site ‘Social Blade’, um dos mais importantes do mundo em mensurar audiência no YouTube, hoje nos coloca como o segundo maior do País entre todos os canais de vídeos brasileiros e em trigésimo nono no mundo. É o ranking que mensura a relevância em âmbito mundial. A RedeTV! tem isso no DNA. A tecnologia e as mídias sociais nunca foram nossas inimigas, ao contrário. Hoje nos posicionamos como um dos maiores produtores de conteúdo no Brasil, distribuídos em diferentes plataformas; uma delas é a televisão.

Na sua opinião, o YouTube e as demais plataformas digitais trazem público para a TV?

Franz Vacek: Essa migração ainda é um desafio. Não acho que a transferência seja imediata, mas permite que os internautas conheçam nossos programas televisivos e, futuramente, talvez, possam aumentar a audiência na televisão. No entanto, esse não é o principal objetivo. A nossa missão é continuarmos sendo relevantes no digital e cada vez mais aumentar a conectividade entre as plataformas, e fazer uma entrega mais diversificada para os nossos anunciantes.

Os números do online da RedeTV! são impressionantes. Em 2017, somados nossa ‘home’ em parceria com UOL mais Facebook e Youtube, fechamos 1.6 bilhão de ‘views’. Apenas em 2018 já temos 600 milhões de visualizações só no Youtube.   

Algumas emissoras sequer citam no ar o nome do Facebook, do Twitter, do Instagram e do YouTube por vê-los como concorrentes e pelo medo da fuga de telespectadores para essas plataformas. O que acha disso?

Franz Vacek: Acho simplesmente que essas emissoras deixarão de existir em um breve período. Não é mais possível fazer televisão sem interação com as diferentes plataformas em um mundo multitela. Enquanto outros canais têm esse receio, nós expandimos nossos investimentos. Estamos concluindo um dos maiores estúdios virtuais do mundo dedicado exclusivamente ao digital, com tecnologia de ponta e padrão ‘broadcast’.

Na minha gestão, fomos pioneiros na criação de uma grade cem por cento online no Facebook, diferente da programação televisiva da RedeTV!. No Twitter, o ‘Mariana Godoy Entrevista’ é a prova que o internauta é ativo na condução das perguntas aos entrevistados nesse talk show. Agora estamos intensificando nossas ações no Instagram, com a presença mais marcante de nosso elenco.

A RedeTV! foi a primeira a fazer a narração de um jogo de futebol pelo Periscope para que o nosso público pudesse ter a sensação de estar na cabine de transmissão ou em nossos estúdios. A verdade é que a televisão no Brasil continuará a existir por muitos anos porque o brasileiro ainda lê pouco e se informa pela TV. Entretanto cresce muito o consumo de internet, principalmente entre os mais jovens, que decidem o que querem e quando assistir a um conteúdo de interesse. Ocorre que muitas emissoras ignoraram as redes sociais e ficaram para trás. Agora é mais difícil recuperar o prejuízo.

Hoje comemoro quando o nosso portal ‘fura’ a televisão em uma notícia exclusiva, por exemplo. O online é tão estratégico que recentemente promovi pela primeira vez na televisão brasileira um profissional, no caso o jornalista Felipe Virgili, ao cargo de chefe de redação transmídia, com a missão de unir e ampliar esses dois universos na RedeTV!.        

Com o aumento da concorrência (canais pagos e serviços de streaming), especialistas afirmam que o futuro da TV aberta está nas transmissões ao vivo, especialmente eventos esportivos e fatos jornalísticos. Concorda com essa previsão?

Franz Vacek: Sim, totalmente. Para concorrer com a velocidade da internet, dos canais pagos e serviços de streaming, o bom e velho ‘AO VIVO’ dos eventos esportivos e cobertura dos factuais é o antídoto para garantir a continuidade da TV aberta. Fora isso, acho que programas contemplados pelo hábito do telespectador sobreviverão, desde que renovados e cada vez mais interativos para não envelhecerem. 

A ‘Folha de S. Paulo’ deixou de atualizar sua página no Facebook em protesto pela nova política da rede social, que beneficia posts caseiros em prejuízo de postagens de veículos de comunicação. O que acha da atitude do jornal e dessa nova seleção de conteúdo do Facebook?

Franz Vacek: Não acho que fechar as portas de parte a parte possa contribuir para a solução da questão. De maneira objetiva, um precisa do outro para ampliarem a visibilidade. É um jogo de perde-perde. Nessa discussão, acho que o jornalismo com boa apuração, fontes e plural é a melhor alternativa para combater as chamadas ‘fake news’. Quem sai no prejuízo com esse tipo de disputa é o público, que fica privado de diferentes canais de informação de qualidade.

O que o jornalismo da RedeTV! prepara de novidades para a cobertura na TV e na internet das eleições?

Franz Vacek: Largamos na frente em 2016, como a primeira emissora brasileira a ter o Facebook (além de ‘Veja’ e UOL), como parceiro nas eleições municipais. Os números foram tão expressivos que viramos ‘case’ internacional do Facebook pela interação, até hoje citada em palestras mundo afora.

Na época era novidade ter entradas ao vivo de debates nessa plataforma. A transmissão do debate entre os candidatos Freixo e Crivella, no segundo turno da eleição para prefeito do Rio de Janeiro, foi a maior ‘live’ já feita no Brasil, com pico de 36 mil acessos simultâneos e 3 milhões de pessoas impactadas.

Esse ano renovaremos nossas parcerias e pretendemos ampliá-las. Ficamos muito satisfeitos quando Twitter e Youtube também iniciaram conversas conosco para participarem de nossos debates.

Para a televisão, a novidade será a presença de três moderadores: Amanda Klein, Boris Casoy e Mariana Godoy, além da presença de repórteres e comentaristas de política, como Reinaldo Azevedo, Mauro Tagliaferri e Eric Klein. Faremos debates para a eleição de presidente da República e governador de São Paulo.

O nosso crescimento é bom para o mercado, para a democracia e para o brasileiro, que tem uma televisão aberta e um online em expansão para formar a própria opinião.

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