Globo comete erro com Juliette e campeã erra com seus fãs
Emissora abre mão da mais popular vencedora do ‘BBB’ enquanto a nova queridinha do Brasil não acha tempo para atender quem a elegeu
O ‘BBB21’ acabou, mas continua a render. Causou espanto a decisão da Globo de não renovar o contrato com Juliette Freire, campeã da bem-sucedida edição finalizada no último dia 4, com a maior média de audiência (28 pontos) das últimas 11 temporadas.
Por que o canal que faturou cerca de R$ 600 milhões em ações publicitárias com o ‘Big dos Bigs’ não teve interesse na maior celebridade criada no programa? O blog apurou que a emissora não enxergou – pelos menos neste momento – nenhum projeto adequado para Juliette.
A nova política do Grupo Globo é não contratar ninguém sem função determinada. Há também indefinição por parte da própria campeã do reality show entre seguir a carreira de cantora, apresentadora ou atriz.
A maquiadora paraibana recebeu conselhos de artistas que viraram tietes para ter total autonomia sobre a vida profissional, sem se curvar à exclusividade exigida pela Globo. Foi orientada a não aceitar ser encaixada em qualquer programa e fechar com TV somente se for um produto criado especialmente para ela.
Membros da cúpula artística da Globo não disfarçam ‘pé atrás’ com ex-participantes do ‘Big Brother’. Houve grande aposta nas finalistas da vigésima edição, e o resultado frustrou. A terceira colocada, Manu Gavassi, recusou convite para fazer novela e preferiu fechar com a Netflix, onde atuará ao lado de uma ex-estrela global, Bruna Marquezine, na série ‘Maldivas’.
A segunda mais votada, Rafa Kalimann, alimentou expectativa de ser a ‘nova Grazi Massafera’, vice do ‘BBB5’ que se tornou atriz respeitada da teledramaturgia brasileira. A atração desenvolvida para a influenciadora no Globoplay demorou a sair – a estreia ocorreu em abril, 1 ano após o fim do ‘BBB20’ – e recebeu mais críticas desfavoráveis do que elogios.
Campeã do ano passado, a médica Thelma Assis ganhou um quadro sobre saúde no ‘É de Casa’. Ainda que o conteúdo seja importante, a repercussão se mostra aquém do esperado. O suposto desinteresse da Globo por Juliette pode ser em parte explicado pelo histórico em relação a esse trio.
Decepções à parte, a emissora erra em desperdiçar o inegável talento da ex-sister. Ligada ao universo musical, ela poderia apresentar uma edição especial do ‘The Voice Brasil’, por exemplo. No jornalismo, seria perfeita para reativar o ótimo quadro ‘Me Leva, Brasil’, do ‘Fantástico’, comandado pelo repórter Maurício Kubrusly ao longo de quase 20 anos, mostrando gente interessante pelos quatro cantos do País.
Por outro lado, Juliette também comete erro lamentável ao dar pouca atenção aos quase 29 milhões de seguidores de seu perfil no Instagram – eram 24 milhões na noite da final do ‘BBB21’. O que mais se postou desde então foram fotos de bastidores de participações em TV e de sessões de fotos para revistas. Belos registros, mas impessoais. O Twitter dela, com 2,5 milhões de seguidores, também recebeu pouco conteúdo personalizado.
Falta o admirado calor humano da vencedora do reality com a legião de devotados fãs responsáveis por seu triunfo. Vários deles pediram que a musa esteja mais presente nas redes sociais que a transformaram em fenômeno na mídia e na publicidade. Posar para editoriais de moda e capas de publicações chiques é interessante para a imagem, mas não se pode esquecer os admiradores anônimos merecedores de consideração.
“Oi meu povo, eu sei que vcs tão aperreando pela minha pereça aqui, mas é tanto trabalho, reunião...”, diz post teoricamente escrito por Juliette no Twitter. Ok, vida de artista badalado realmente não é fácil. Mas todo famoso deve cultivar com afinco seu fã-clube. O ‘carinho virtual’ se faz imprescindível. Afinal, o público fiel garante a sobrevivência e a relevância do artista.