Há personagens LGBT+ nas cinco novelas atuais da Globo
Tramas mostram assumidos e enrustidos no enfrentamento do preconceito e envolvidos em paixões polêmicas
As redes sociais repercutiram o ‘beijo na boca natural’ dos personagens Pablo (Rafael Infante) e William (Diego Montez) no capítulo de quinta-feira (29) de Bom Sucesso.
O primeiro é um galã de novela que finge em público ser heterossexual por medo de que a homofobia destrua sua carreira. O segundo, um gay assumido que aceita o namoro às escondidas.
Na semana que vem, os noveleiros vão acompanhar outro beijo que promete ecoar. Será entre Camila (Anaju Dorigon) e Valéria (Bia Arantes) em Órfãos da Terra. Na reta final, as duas vão se casar vestidas de noiva em cerimônia tradicional.
Atualmente, todas as cinco novelas exibidas na Globo têm personagens LGBT+. A começar pelo pai de família Rafael (Odilon Wagner) que se apaixona por um rapaz mais jovem em Por Amor, folhetim de 1997/1998 reprisado no Vale a Pena Ver de Novo.
Na sequência da programação do canal, Malhação – Toda Forma de Amar apresenta o seu primeiro protagonista gay, Guga (Pedro Alves), desde a estreia da produção voltada ao público juvenil, em 1995.
Em Bom Sucesso, além de Pablo e William, há outros personagens representativos da diversidade sexual: a lésbica Gláucia (Shirley Cruz) e a trans Michelly (Gabriele Joie).
A transexualidade também é discutida em A Dona do Pedaço por meio de Britney (Glamour Garcia). Acolhida na família, ela enfrenta o preconceito do homem que ama, Abel (Pedro Carvalho).
No mesmo folhetim, Agno (Malvino Salvador) é um empresário que abandona mulher e filha para viver livremente a homossexualidade. Ele é do tipo ‘caçador’: está obcecado em seduzir o boxeador machão Rock (Caio Castro).
Em um momento no qual a comunidade LGBT+ protesta por acreditar que seus direitos estão sob risco, em razão do posicionamento conservador do presidente Bolsonaro, a Globo oferece imensurável visibilidade à discussão de questões como autoaceitação, apoio familiar e combate ao preconceito.
Assiste-se a um apoio inédito oferecido pela teledramaturgia brasileira a gays, lésbicas, bissexuais e transexuais.