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JN faz 52 anos com aumento de influência graças aos inimigos

Críticas e tentativas de calar o telejornal mais visto do Brasil ampliam sua relevância e poder

8 set 2020 - 08h49
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Em 1.º de setembro de 1969, Cid Moreira, hoje com 92 anos, e Hilton Gomes (1924-1999), abriram a edição de estreia do Jornal Nacional anunciando o aumento da gasolina, a morte do pugilista americano Rocky Marciano, o gol de Pelé na classificação da Seleção para a Copa de 70 e a junta militar que assumira o governo devido a uma crise na saúde do então presidente Costa e Silva.

O âncora e editor-chefe William Bonner e a âncora e editora-executiva Renata Vasconcellos: a contestação de imparcialidade feita por políticos não afeta a audiência
O âncora e editor-chefe William Bonner e a âncora e editora-executiva Renata Vasconcellos: a contestação de imparcialidade feita por políticos não afeta a audiência
Foto: Reprodução

Tornava-se a primeira atração jornalística transmitida ao vivo do Rio para todo o País. Os locutores e o público sintonizado na imagem em preto e branco da Globo não imaginavam que, 52 anos depois, aquele seria o telejornal mais visto, repercutido e contestado da televisão brasileira. Hoje, atua como uma espécie de fiscalizador e denunciante do que acontece nos governos e na sociedade em geral.

Certa vez, o veterano jornalista Lucas Mendes disse que político não teme se tornar personagem de notícia ruim na internet — e sim de virar manchete negativa no Jornal Nacional. Aquela vitrine imensurável pode catapultar uma carreira ou destruir uma biografia, a depender do conteúdo exibido aos telespectadores. São, em média, 60 milhões de pessoas atentas ao JN toda noite.

A política faz bem ao principal jornalístico da Globo. Polêmicas suscitadas por presidentes e outras figuras do poder alimentam a pauta diária. Foi assim com todos os chefes do Executivo desde a redemocratização, especialmente com Lula, Dilma e agora Bolsonaro. Alvos de cobertura incisiva e manchetes predominantemente negativas, os três passaram a enxergar o canal carioca como inimigo a ser combatido.

A primeira dupla do JN, Cid Moreira e Hilton Gomes, em 1969; Cid e Sergio Chapelin no início da década de 1980; Bonner e Fátima Bernardes no começo dos anos 2000
A primeira dupla do JN, Cid Moreira e Hilton Gomes, em 1969; Cid e Sergio Chapelin no início da década de 1980; Bonner e Fátima Bernardes no começo dos anos 2000
Foto: Reprodução

Essa animosidade — com frequentes ataques de um lado e contra-ataques do outro — gera ainda audiência ao Jornal Nacional. As médias semanais estão em torno de 30 pontos, até cinco vezes mais público do que os telejornais noturnos dos concorrentes RecordTV e SBT. As várias tentativas de boicote mobilizadas por esquerdistas, lulistas e bolsonaristas nunca tiveram efeito relevante.

A importância do JN tem sido medida também pelas tentativas de impedi-lo de noticiar. A recente liminar judicial que proíbe a exibição de documentos da investigação do suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual Flavio Bolsonaro impôs censura de um lado, porém deu ainda mais visibilidade ao telejornal. Essas cinco décadas mostraram que os críticos poderosos vêm e vão, e o Jornal Nacional sempre resiste a todos.

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