Jornalismo do SBT derrota a Globo ao entrevistar Queiroz
Canal de Silvio Santos apresentou em primeira mão o ex-assessor que estava sendo procurado por todos os jornalistas de política da TV
Foi um golaço do time menos favorito aos 45 do segundo tempo.
Enquanto a maioria das emissoras se concentrava na finalização da retrospectiva de 2018, o SBT conseguiu uma entrevista exclusiva com o homem mais procurado do País: Fabrício Queiroz, que trabalhou com o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Em sua primeira participação no telejornal SBT Brasil, a repórter Débora Bergamasco conduziu a conversa exibida na noite de quarta-feira, dia 26.
Com perguntas objetivas e acertadamente sem adotar tom inquisidor, a jornalista fez um ótimo trabalho diante das câmeras.
Até então, Bergamasco era vista somente no comando do Poder em Foco, programa dominical de entrevistas que sairá da programação em janeiro.
O jornalismo do SBT costuma ser burocrático, sem muitos ‘furos’ de reportagem, no jargão das redações.
Desta vez, superou todas as concorrentes – e especialmente a TV Globo e a GloboNews – ao oferecer a seus telespectadores a versão de Queiroz a respeito das acusações de movimentação financeira atípica que deixaram Flávio Bolsonaro sob sombra de suspeita.
A Globo agiu com ética ao dar o devido crédito ao SBT: os âncoras Rodrigo Bocardi e Ana Luiza Guimarães citaram seis vezes o canal de Silvio Santos na repercussão que o Jornal Nacional fez da entrevista.
Independentemente das negociações de bastidores que resultaram no material exclusivo, o jornalismo do SBT marcou preciosos pontos.
A proximidade entre Jair Bolsonaro e Silvio Santos, que recentemente almoçaram juntos na casa do apresentador e empresário, em São Paulo, pode facilitar o acesso da emissora paulista ao núcleo de poder do próximo governo.
Preliminarmente, não há nada de errado nisso. Na batalha diária do jornalismo, vence quem tem as melhores fontes.
Antes mesmo da posse, as TVs do Grupo Globo já estão sendo desafiadas a superar a animosidade do presidente eleito Bolsonaro com a família Marinho para não ficarem atrás na cobertura dos principais assuntos ligados ao governo.
Essa guerra por notícias deve incendiar o telejornalismo brasileiro ao longo de 2019.
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