Lula e Carluxo atacam a Globo: ‘guerra’ de 2022 já começou
Canal será alvo de vários políticos ‘inimigos’ no ano eleitoral em que terá sua concessão fiscalizada por Bolsonaro
Reeleito vereador no Rio de Janeiro, com 71 mil votos, Carlos Bolsonaro criticou recentemente a Globo, sem citá-la nominalmente, três vezes em seu perfil no Twitter. Ao agradecer seus eleitores, ele comemorou a vitória sobre as notícias negativas na TV: “A gente viu nos últimos tempos como a mídia nos ataca diariamente, mesmo assim conseguimos esse resultado satisfatório”.
Em post do dia 13, o filho ‘Zero Dois’ do presidente reclamou de ter sido criticado “pelos blogueiros de certa emissora de TV” por ter usado a técnica Chroma Key (imagem aplicada como cenário) em um vídeo. Ele apareceu diante de uma estante de livros que, na verdade, era uma foto de um banco de imagens. O efeito gerou deboche entre comentaristas de telejornais, em blogs e nas redes sociais.
Anteriormente, em tuíte do dia 11, Carlos insinuou ser alvo de perseguição da Globo e seus jornalistas. “Não existe eleição ganha, ainda mais quando o principal alvo de certa emissora de TV e seus blogueiros em conluio com outros farão de tudo para que percamos força, seja com factoides, seja com fakenews!”, escreveu.
Na manhã de domingo (15), após votar em uma escola de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Lula disse acompanhar a movimentação de partidos e políticos em relação à eleição presidencial de 2022. Citou o interesse de Ciro Gomes (PDT) e Flávio Dino (PC do B) de serem candidatos, e cutucou a emissora líder em audiência. “É normal que a Globo esteja procurando o Huck tentando juntar ele com o Moro", declarou.
De acordo com a imprensa, o apresentador Luciano Huck, do ‘Caldeirão’, e o ex-ministro Sergio Moro têm conversado a respeito de possível candidatura ao Palácio do Planalto. Teriam interesse em formar uma chapa de centro-direita em oposição ao presidente Jair Bolsonaro, que deve tentar a reeleição. Sempre que foi consultada, a Globo afirmou não apoiar qualquer candidato e reiterou a imparcialidade de seu jornalismo.
Da direita à esquerda, a Globo é vista como inimiga por vários políticos, a começar pelo presidente e o principal líder ideológico do PT. A cada campanha eleitoral, a canal da família Marinho enfrenta a acusação de estar por trás de algum projeto político. Caso Huck realmente se converta candidato à Presidência, a TV será duramente contestada.
A eleição acontecerá no ano em que a Globo terá sua concessão reavaliada pelo governo. Em várias ocasiões, antes e depois de eleito, Bolsonaro avisou que será implacável ao analisar a situação da emissora. Sozinho, ele não tem poder de suspender a autorização de funcionamento, mas pode tumultuar o processo e produzir desgaste à imagem da TV.